Hoje São Paulo completa 459 anos. Apesar dos muitos problemas, a capital paulista ainda é sinônimo de oportunidade e de uma melhor condição de vida para milhões de pessoas que aqui chegam, se instalam e constroem suas vidas. São Paulo é uma cidade que não tem uma cara, um jeito: têm vários. Qualquer pessoa pode chegar aqui e encontrar o seu espaço, a sua São Paulo predileta.
Os armênios construíram a sua própria São Paulo desde o início da chegada desse povo na cidade, há cem anos. Na década de 1920, com a diáspora pós-genocídio de 1915, chegaram muitos outros. Nas regiões do Mercado Municipal, Bom Retiro, Ponte Pequena e Luz, proliferaram imóveis que eram ao mesmo tempo casas, fábricas, lojas, hospedarias etc. para milhares de armênios que lutavam para reconstruir as vidas depois da Grande Catástrofe ocorrida no Império Otomano. Pouco depois, esses imigrantes ocuparam as ruas de Santana e Imirim e fizeram da zona norte uma pequena Armênia com as inúmeras sapatarias, oficinas e com as primeiras escolas e associações.
Não muito tempo depois, os armênios prosperaram e, com isso, ajudaram a fazer São Paulo crescer. Ganharam a cidade e a cidade ganhou um pouco a cara dos armênios. As Igrejas ocuparam um espaço importante no cotidiano de milhões de paulistanos que passam por elas todos os dias. Ruas e avenidas foram rebatizadas com nomes familiares como Rizkallah Jorge, Comendador Afonso Kherlakian, Yervant Kissajikian, Minas Hevoldjian, Agop Kerimian, além de um viaduto e da estação de metrô.
Essas homenagens indicam que esse povo foi aceito pela cidade que escolheram para viver e nela são reconhecidos e respeitados. Suas vidas foram reconstruídas, ao mesmo tempo em que suas igrejas, escolas, clubes e negócios floresceram. Assim, inúmeros paulistanos, filhos da comunidade armênia, puderam escrever seus nomes nas mais diversas áreas da economia, política e sociedade de São Paulo, tornando-se profissionais competentes e cidadãos respeitáveis. As igrejas armênias se tornaram sinônimo de fé para os paulistanos, os restaurantes típicos encantam qualquer um que tenha ou não sangue armênio nas veias.
Nos 459 anos de São Paulo, podemos dizer que os armênios mudaram a cidade e a cidade mudou para sempre os armênios.
Parabéns São Paulo!