Prezado leitor estou acompanhando mais um triste fato dentro da colônia armênia de São Paulo que gostaria de dividir com vocês. O Grupo Escoteiro Sardarabad, que está as vésperas de completar seis anos de atividades ininterruptas, corre sério risco de ter que encerrar seus trabalhos.
Em maio de 2005, dozejovens adultos se capacitaram junto a União dos Escoteiros do Brasil para exercer os cargos de chefia. Desses doze jovens chefes, seis anos depois, restam apenas dois, repito apenas dois.
Sim, pasme leitor, dessa vez faltam chefes na colônia armênia. Seria engraçado se não fosse trágico. Com um grupo de quase vinte jovens (dezoito efetivos e dois pequeninos) o grupo pode estar inviabilizado por falta de colaboração na coordenação dos trabalhos e das atividades.
Talvez a situação pouco comum, falta de “chefes” na nossa colônia, esteja ligada ao fato de que um chefe escoteiro tem que trabalhar, colocar a mão na massa e não somente assinar papéis, posar para fotos, muitas delas inúteis e dar ordens, como já vimos tantas vezes, desastradas.
Claro que o atento leitor entendeu o problema. Composto por quatro faixas etárias diferentes e com interesses distintos, os jovens escoteiros precisam de muito mais que dois chefes abnegados e resistentes.
Isso sem contar que ambos são voluntários. Dedicam muitas horas de sua semana para manter viva a chama do movimento escoteiro armênio criado por Shavarsh Krisian, Hovannes Hintilian e Krikor Agopian (fundadores da União Geral Armênia de Cultura Física- Homenetmen) que há 85 anos atrás se uniram para cuidar de órfãos armênios.
Na semana passada, estive com os chefes Saro e Denis e eles estavam preocupadíssimos e totalmente focados na busca de uma solução pelo menos temporária para essa triste situação.
O Grupo Escoteiro precisa dessa vez de gente responsável. Pessoas que não submetam um trabalho coletivo aos seus humores ou interesses individualistas focados em futilidades. Precisamos de gente que esteja efetivamente disposto a colaborar.
Apelo a todos os ex-chefes escoteiros da colônia armênia de São Paulo dos mais antigos á aqueles mais jovens que saíram pelos mais variados motivos. Apelo encarecidamente a todos vocês que juntos busquemos ajudar o Sardarabad. Apelo aos diretores de todas as entidades que percebem a importância de um grupo escoteiro em atividades como o 24 de abril e a visita de Sua Santidade Karekin II. Apelo a nova Cônsul Geral Honorária da Armênia em São Paulo Excelentíssima Senhora Hilda Diruhy Burmaian. Enfim, apelo a toda a colônia armênia de São Paulo. Esse problema é nosso e quem sabe podemos provar que nem só de rapapés vive a nossa coletividade. Provemos a nós mesmos que ela também é feita de gente responsável e comprometida com o patrimônio cultural armênio da diáspora e que busca de forma adulta e séria solucionar problemas comunitários.
James Onnig Tamdjian é colunista do Estação Armênia e suas opiniões não refletem necessariamente