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System of a Down faz cinco shows históricos no Brasil com homenagem dos fãs

A recente turnê do System of a Down pelo Brasil, em maio de 2025, marcou não apenas o retorno triunfal da banda após uma década sem se apresentar no país, mas também reforçou a profunda conexão entre o grupo e a comunidade armênia. Os shows, realizados em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo (com três apresentações na capital paulista), atraíram cerca de 500 mil pessoas no total, segundo dados da produtora 30e. Destaque para a apresentação no Autódromo de Interlagos que reuniu 70 mil espectadores, tornando-se a maior da turnê sul-americana .

A relação entre o System of a Down e a causa armênia é intrínseca. Todos os integrantes são descendentes de armênios e cresceram em comunidades da diáspora na Califórnia. A banda transformou a música em um veículo de denúncia política. Canções como Holy Mountains, P.L.U.C.K. e Genocidal Humanoidz abordam diretamente o massacre de 1,5 milhão de armênios pelo Império Otomano entre 1915 e 1923, um crime que a Turquia ainda se recusa a reconhecer como genocídio.

Durante os shows no Brasil, os fãs organizaram uma emocionante homenagem visual. Coordenados pelo movimento Wake UP SP! no Instagram, idealizado por Mari Lapa, o público se preparou para os shows nos estádios usando papéis coloridos na lanterna do celular, formando a imagem da bandeira da Armênia nas arquibancadas e na pista.

O movimento ganhou força e versões similares aconteceram em Curitiba e no Rio de Janeiro. A idéia deu certo, e o resultado foram imagens emocionantes do estádio iluminado nas cores vermelho, azul e laranja. O gesto, que se repetiu nas outras cidades, foi registrado e agradecido pelos músicos nas redes sociais. O baixista Shavo Odadjian declarou: “Curitiba nos recebeu com as cores da bandeira da Armênia. Não há palavras para descrever como isso me fez sentir“.

A militância do System of a Down pelo reconhecimento do Genocídio Armênio é constante. Em 2006, a banda lançou o documentário “Screamers“, que aborda o lobby do negacionismo nos EUA. Em 2015, realizaram uma turnê especial pelo centenário do massacre, com um show gratuito em Yerevan, capital da Armênia. No Brasil, onde vive a maior comunidade armênia fora da Armênia (principalmente em São Paulo), essa mensagem ressoa com uma força especial.

Apesar dos esforços da banda e de ativistas, o reconhecimento do genocídio ainda enfrenta resistência. Anualmente, na semana do 24 de abril (data que marca o início das deportações em massa em 1915), a comunidade armênia brasileira organiza manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro para pressionar por esse reconhecimento. A turnê do System of a Down, com seu poder de mobilização e visibilidade, reforçou esses esforços, mostrando como a música pode ser uma ferramenta poderosa na luta por justiça histórica .

Veja mais fotos dos shows:

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Co-criador do Portal Estação Armênia. Engenheiro Mecânico e de automação, Descobri a ascendência armênia tardiamente e tenho me dedicado à criar conteúdo online para a comunidade desde então. Atualmente morando em Toronto.
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