Farid Hagverdiev, de 19 anos estudante da Baku’s State Oil Academy criou o jogo “Under Occupation”. O game dá aos jovens do Azerbaijão a oportunidade de alterar a história. O objetivo é ocupar a cidade de Shusha e destruir as forças armênias.
Para o leitor entender um pouco sobre a questão abordada pelo jogo, abro um parêntese para a explanação:
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Durante o ano de 1992, forças da Armênia capturaram a cidade de Shusha na área montanhosa de Artsakh, região historicamente armênia cedida ao Azerbaijão em 1922 por Stalin, quando ambos os países foram anexados à ex-União Soviética. A retomada de Artsakh – hoje República de Nagorno-Karabakh – marca o ponto de virada no conflito armado entre a Armênia e o Azerbaijão, que tem está em regime de cessar fogo atualmente, porém constantemente violado pelo exército azeri. O Plano de paz para a região é mediado pela Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas que ainda não conseguiu encontrar o caminho para a paz
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Voltando à questão do jogo, ainda segundo o site Eurasianet.org, Hangverdiev contou que criou o “Under Occupation” baseado em jogos de tiro em primeira pessoa como Call Of Duty e Counter Strike. Ele conta que trabalhou com uma equipe de desenvolvedores recrutados dentre seus colegas de academia e levou dois anos para ir de conceito bruto até o produto final.
A matéria também afirma que o criador do jogo reconheceu que sua motivação para o desenvolvimento do jogo foi além de um simples desejo de entreter as pessoas: “sempre houve um elemento político para o projeto; criar o jogo para que a juventude azeri apóie o espírito patriótico, e eu espero ter realizado essa missão com sucesso.”
O jogo é gratuito e pode ser baixado de graça, e segundo o criador “tem obtido uma boa recepção dos jogadores do Azerbaijão”.
Em um sinal de total aprovação do governo do presidente Ilham Aliyev, o Ministério da Juventude e Desportos organizou uma apresentação formal do “Under Occupation” no início do verão, realizado no Hyatt Regency, um dos hotéis mais caros de Baku, capital do Azerbaijão.
Segundo a reportagem do Eurasianet.org o jogo não é para os fracos de coração, pois contém muita matança e é classificado como uma celebração da violência. Entre as tarefas o jogador disparar lotes de munição contra os “inimigos armênios”, resgatar um soldado azeri ferido, recuperar documentos e explodir um prédio na cidade de Shusha.
Pautado com colaboração de Archavir Donelian.