A poucos dias do 14º aniversário do assassinato do jornalista, ativista popular e revolucionário Hrant Dink, um tribunal turco ordenou nesta quarta, dia 6 de janeiro, a prisão de dois ex-funcionários públicos.
Os dois são ex-oficiais de inteligência da polícia militar de Trabzon, Veysal Shahin e Volkan Shahin, e foram levados sob custódia por não informarem sobre o plano de assassinato de Hrant Dink que, segundo as investigações, já tinham conhecimento.
O jornalista de origem armênia, que na época dirigia o semanário bilíngue turco-armênio “Agós”, foi morto a tiros em 19 de janeiro de 2007 em frente à redação do jornal, no coração do bairro de Shishlí, em Istambul.
Hrant Dink, 52, foi um ativista popular que lutou pela democratização da Turquia, plena observância dos direitos humanos, pela paz e amizade entre os povos. Seu assassinato foi um duro golpe para o movimento revolucionário e o povo da Turquia, razão pela qual centenas de milhares de pessoas se despediram nas ruas e o acompanharam ao cemitério armênio da cidade.
Cada vez que mencionava o Genocídio Armênio ou exigia seu reconhecimento, era processado por “denegrir a Turquia” ou “insultar a identidade turca”. Ele recebia inúmeras ameaças de morte até a fatídica manhã em que Ogun Samast, um jovem nacionalista desempregado e menor de idade, o assassinou para espanto dos transeuntes. Em 2011, Samast foi condenado a 23 anos de prisão.
Quatorze anos depois, 76 suspeitos permanecem em julgamento em conexão com o assassinato, incluindo funcionários de segurança do governo. Desses, 4 estão presos e 13 continuam foragidos da justiça.