As autoridades alegam que materiais altamente explosivos armazenados em um silo por seis anos podem ter causado as explosões. O ministro do Interior do Líbano, Mohammad Fahmi, disse à televisão local que nitrato de amônio altamente explosivo, que tem usos industriais e militares, estava armazenado no porto. A substância foi apreendida há seis anos de um navio.
O distrito de Bourdj Hammoud, em Beirute, é o principal centro dos armênios no Líbano. Foi lá que muitos armênios se refugiaram após o Genocídio Armênio (1915-1923).
Atualização: Vários membros da comunidade armênia estão entre os feridos. Segundo as informações mais recentes, onze armênios foram mortos na explosão. Até agora foram divulgados os nomes de: Nazar Najarian, secretário-geral armênio do partido político Kataeb; a enfermeira Jessica Bezjian, que estava no hospital no momento da explosão; Jacques Paramakian; Delia Papazian; e Varoujan Tossounian. Esse número ainda pode aumentar.
O governo da República da Armênia está se organizando para prestar apoio ao Líbano. Segundo a porta-voz do primeiro-ministro, Mane Gevorgyan, o Ministério das Relações Exteriores, o Gabinete do Comissário da Diáspora e o Gabinete do Primeiro-Ministro estão atualmente trabalhando com o Embaixador da Armênia no Líbano.
O presidente da República de Artsakh Arayik Harutyunyan também ofereceu condolências e apoio ao povo do Líbano. Harutyunyan disse que telefonou para o Católicos Aram I, patriarca da Grande Casa da Cilícia, em Antelias, para indagar sobre os danos e perdas da comunidade armênia. “Pedi ao Católicos que transmitisse nossas mais profundas condolências às famílias de nossos compatriotas que morreram, aos irmãos do Líbano, e desejei uma rápida recuperação de todos os feridos. Expressando apoio a nossos irmãos e irmãs armênio-libaneses neste momento difícil, expressei disposição para ajudar com todos os meios possíveis. Artsakh está com o Líbano”, disse Harutyunyan em comunicado publicado no Facebook.
O Catholicos Karekin II, patriarca de todos os armênios, ofereceu suas condolências ao presidente Michel Aoun, às famílias das vítimas e a todo o povo do Líbano, desejando rápida recuperação dos feridos. “Nosso desejo é que o povo devoto do Líbano supere as dificuldades existentes e continue sua vida pacífica e criativa.”
O centro Shaghzoyan da Federação Revolucionária Armênia em Bourdj Hammoud, que abriga os escritórios editoriais do Aztag Daily Newspaper e a estação de rádio Vana Tsayn, foi danificado pelo impacto. Não foram relatados feridos e vítimas fatais.
Sua Santidade Aram I, Católico da Grande Casa da Cilícia, percorreu o bairro de Bourdj Hammoud logo após as explosões.
O catolicossato armênio da Grande Casa da Cilícia, em Antelias, também sofreu grandes danos materiais como resultado da explosão. Bedros Manuelian, Vigário Pontifício da Prelazia Armênia do Kuwait, disse que nenhum dos clérigos do Catolicossato ficou ferido, pois estavam do lado de fora naquele momento.
O escritório do Líbano da Aircompany Armenia, a única companhia aérea armênia que tem um escritório no país, também sofreu grandes danos. Felizmente, ninguém estava no escritório no momento da explosão.
Bairro armênio após a explosão
A escola Tekeyan também teve sua estrutura atingida
Danos ao Centro Demirjian da UGAB em Beirute
Sede do Hamazkayin Líbano Levon Shant em Burj Hamoud.
Editora do Hamazkayin Vahe Setian
A tragédia acontece no momento em que o Líbano enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história, agravada pela pandemia global do COVID-19.
Três dias de luto foram decretados no Líbano a partir desta quarta-feira e Beirute foi declarada como “zona de desastre”.