ATENÇÃO! Esta matéria é de Maio de 2019
Não é novidade para os leitores deste veículo de comunicação que Cesar Maia e seu filho, Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara dos Deputados, tem interesses secretos com o Azerbaijão.
O Jornal O Globo em sua edição de ontem (01/05), trouxe a seguinte reportagem:
O Globo – Rodrigo Maia aproveitou a semana inteira enforcada pelo Congresso, sem votações, para ir ao país. Desde que foi eleito pela primeira vez presidente da Casa, em 2016, esta é a segunda missão oficial à cidade de Baku. O roteiro ainda inclui agenda oficial no Líbano e paradas estratégicas em Cabo Verde, Madri, Roma e Lisboa. Os custos para o deslocamento, em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), não foram divulgados pela Câmara dos Deputados.
Em 2013, no mesmo ano em que Cesar Maia pediu a homenagem, segundo relatório do então embaixador brasileiro no Azerbaijão, Santiago Alcázar, ele e seu filho, o então apenas deputado federal Rodrigo Maia, e mais três parlamentares do DEM estiveram naquele país, onde “participaram do III Foro Internacional Humanitário e aproveitaram para realização de encontros com autoridades locais”. Rodrigo Maia, inclusive, chegou a ser “vice-presidente do grupo de amizade parlamentar Brasil-Azerbaijão”.
País de grande diversidade cultural e religiosa, nas últimas décadas o Azerbaijão se empenhou em mostrar ao Ocidente a capacidade de seu povo em promover a tolerância com diferentes crenças. Também exportou a imagem de ter uma capital cosmopolita, com estilo de vida contemporâneo. Apesar disso, a pretexto de manter uma postura inflexível em relação à disputa territorial com a Armênia, permitiu a reeleição indefinida para seu líder político, Ilham Aliyev, presidente do país desde 2003.
Segundo relato do embaixador brasileiro Santiago Alcázar, há no país dezessete jornais. Sem exceção, todos repetem a linha traçada pelo governo. “Não há debates, nem crítica. Os críticos são processados por crimes de contrabando, evasão fiscal, tráfico de drogas”, diz o diplomata brasileiro.
Na delegação oficial de Maia estão os deputados Alex Manente (PPS-SP), Baleia Rossi (MBD-SP) e Davi Soares (DEM-SP). Além deles, o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e seus secretários Alexandre Baldy (Transportes) e Julio Serson (Relações Internacionais).
Na sexta-feira, em Baku, Maia e os demais terão reunião com o Ministro da Agricultura do Azerbaijão, Inam Karimov; com o Ministro das Relações Exteriores do país, Elmar Mammadyarov; e almoço oferecido pelo embaixador do Brasil. Além disso, farão uma visita ao parlamento do Azerbaijão.
Histórico de relações com o Azerbaijão
Em 2012 enquanto o tema do Pré-Sal gerava uma discussão intensa no Brasil inteiro, o governo do Azerbaijão, um país petrolífero e ligado aos petrodólares das transnacionais globalizadas, inaugurava sua embaixada em Brasília.
Em fevereiro de 2013, durante a Conferência de Segurança de Munique (Alemanha), o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão, Elmar Mammadyarov, manteve encontro com o então Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota. Era o início do aprofundamento das relações entre os dois países que desde a década de 1990 eram exclusivamente protocolares e comerciais.
Em 2013 a Embaixada do Azerbaijão iniciou um trabalho ostensivo no congresso brasileiro para ampliar as relações comerciais e políticas com o Brasil. O partido escolhido para trabalhar com o governo de Baku, a capital do Azerbaijão, foi o Democratas, mais conhecido como DEM.
Em junho de 2013, o vereador e ex-prefeito do Rio Cesar Maia apresentava um projeto na Câmara do Rio. No dia 11 daquele mês, ele propôs conferir à cidade de Baku, capital do Azerbaijão, o título de “cidade-irmã do Rio de Janeiro”. A aproximação e o fascínio do ex-prefeito pelo país, localizado entre o Oriente Médio, a Ásia e a Europa tornou-se também motivo de grande interesse de seu filho, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Desde então as trocas bilaterais multiplicaram 5 vezes e semanas depois da criação do Grupo de Amizade Interparlamentar Brasil – Azerbaijão, formado majoritariamente pelos parlamentares brasileiros do DEM, o governo do Azerbaijão formaliza a compra de uma série de aviões da EMBRAER em um negócio de mais de U$ 300 milhões.
Meses depois parlamentares brasileiros são convidados a conhecer Baku e participar de uma infinidade de congressos e reuniões bancadas pela cleptocracia de Ilham Aliyev, ditador do país.
Logo os interesses dos azerbaijanos ficavam claros e se mostravam para além do que tinha se visto até então. Uma ofensiva azerbaijana na América do Sul estava em curso, principalmente no Brasil, como denunciou o Estação Armênia em editorial publicado em agosto de 2013 (releia aqui).
Ainda em 2013, os então deputados federais Nelson Pelegrino – PT / BA e Claudio Cajado – DEM / BA apresentam moções na Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal para que o Brasil assumisse a defesa da ditadura Aliyev e pressionasse a Armênia visando roubar as terras armênias de Nagorno Karabakh – Artsakh.
Cabe lembrar aqui que a Embaixada Armênia em Brasília e o Conselho Nacional Armenio – filial Brasil fizeram todos os esforços para evitar tal situação naquele período, contando com apoio dos então deputados paulistas Arnaldo Jardim e Walter Feldman que ponderaram sobre a amizade que o Brasil mantinha também com a Armênia (veja mais sobre o requerimento).
Mas a carga política azerbaijana continuou e continua “pesada”.
Cesar Maia (vereador do RJ), Claudio Cajado (Deputado Federal) e Rodrigo Maia também Deputado Federal fizeram declarações infundadas sobre o conflito de Karabakh- Artsakh. Em uma clara posição parcializada e demonstrando total desconhecimento do assunto, eles lançaram nas redes sociais acusações contra a Armênia e Nagorno Karabakh (Artsakh) durante a primeira semana de abril de 2016 quando o Azerbaijão lançou uma violenta e covarde ofensiva contra a linha de fronteira de Karabakh (reveja)
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