Na última terça-feira (5), durante a comemoração anual do Conselho de Coordenação das Organizações Armênias da França, o presidente francês Emmanuel Macron relembrou que a França foi uma das primeiras nações a denunciar “Os massacres de armênios no Império Otomano”, e aproveitou a oportunidade para anunciar que estabelecerá o dia 24 de abril como “Dia de Rememoração do Genocídio Armênio”.
“A história dos armênios franceses é a história da França”, declarou o presidente. “E dado que o Genocídio Armênio é parte de nossa lembrança, ele (Genocídio Armênio) também será honrado em nossa república. Junto com vocês, eu também lutarei como puder contra qualquer manifestação de negação, que não respeite a memória das vítimas e da dignidade daqueles que vivem.”.
Macron confirmou que nas próximas semanas se realizará uma declaração oficial de 24 de abril como “Dia de Rememoração do Genocídio Armênio” na França. A declaração veio no mesmo dia, em sua conta oficial do Twitter (veja abaixo).
A previsível reação do governo turco não demorou. O porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, disse que Ankara condena o anúncio realizado por Macron.
“O chamado Genocídio Armênio é uma calúnia que se contradiz com a realidade histórica e carece de base legal”. Condenamos e rejeitamos as tentativas do senhor Macron, que tem problemas políticos em seu país, de transformar em questão política alguns fatos históricos“, afirmou Kalin em comunicado, confirmando a posição negacionista tradicional do governo turco.
Estima-se que um milhão e meio de armênios foram mortos e outros tantos deportados pelo governo otomano. A Turquia, herdeira direta do antigo império, rejeita o uso do termo “genocídio” e cita massacres recíprocos durante uma guerra civil, assim como a fome que deixou milhares de mortos dos dois lados.
Em outubro do ano passado, o presidente francês esteve na Armênia para o Congresso de países francofonos. Na ocasião, Macron esteve com o primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan, eleito após “revolução de veludo” que levou os armênios às ruas até a renúncio do ex premiê Serzh Sargsyan.
Com informações de Prensa Armenia.