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O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou esta manhã a nova cara da moeda do país: A lira é representada por um símbolo que contém uma “âncora com duas barras horizontais representa a força do moeda” , disseram as autoridades.
A ideia era ter um símbolo facilmente identificável, como o cifrão ($) ou o Euro (€). No entanto, poucas horas depois do anúncio uma controvérsia irrompeu no país. O governo turco alegou que, após ter estudado mais de 8.000 símbolos, escolheu este. Contudo, a polêmica gira em torno da grande semelhança pois o símbolo escolhido pela Turquia, se assemelha muito ao símbolo do “dram”, a moeda armênia.
A Turquia é uma grande desafeto da Armênia. Esta afirmação fica evidenciada em outra polêmica usual entre Armênia e Turquia que é a questão da lei 301 do código penal turco. A lei prevê multa e pena de prisão a quem ofender a “identidade turca”.
Esta lei (no mínimo retrógrada) inibe a liberdade de expressão na Turquia e é uma das ferramentas do governo turco para punir a que ofende a chamada “identidade turca”. Uma destas ofensas é o simples fato da pronúncia das palavras “Genocídio Armênio”.
Esta mesma lei já puniu vários intelectuais e historiadores, dentre eles Orhan Pamuk que, em 12 de outubro de 2006, tornou-se a primeira pessoa da Turquia a receber um Prêmio Nobel e está exilado de seu país natal por incentivar o debate sobre o Genocídio Armênio.
A discussão, nesse caso, é em relação ao ano em que a Armênia se converteu ao Cristianismo, datada de 301 d.C, o que caracteriza os Armênios como o primeiro povo cristão do mundo, sendo que a população da Turquia, em sua grande maioria, é muçulmana.