Após homens armados que ocupam uma base policial libertarem três reféns, uma multidão de apoiadores se reuniu na Praça da Liberdade (Ópera) reivindicando a libertação de centenas de ativistas oposicionistas que eles alegam terem sido presos desde o começo do impasse na manhã de domingo (17).
O atirador é apoiador de Jirair Sefilian, líder do Parlamento Fundador (Հիմնադիր խորհրդարան; em armênio), um grupo intransigente e oposicionista ao governo do presidente Serzh Sargsyan que, dentre várias ações, também tentou aplicar um Golpe de Estado no dia 24 de abril de 2015, em plena rememoração do centenário do Genocídio Armênio, além de terem criado distúrbios na fronteira com Karabakh.
De acordo com o Azatutyun.am, a Polícia da Armênia e o Serviço Nacional de Segurança disseram que um dos reféns libertados é um policial e outro é motorista de ambulância. A libertação foi resultado de negociações constantes, disseram dois agentes da lei.
O General Hunan Poghosian, o primeiro vice-chefe da Polícia nacional, afirmou a repórteres que outros cinco policiais ainda são mantidos reféns dentro do prédio que foi cercado na manhã de domingo por cerca de uma dezena de homens armados ligados ao grupo radical de oposição.
Outro policial seria libertado mais tarde naquele dia, de acordo com o SNS. Ele declarou que os ocupantes e os reféns estão sendo alimentados e medicados.
Entre os reféns remanescentes está o General Vartan Yeghiazarian, outro vice-chefe da Polícia, e o Coronel Valeri Osipian, vice-chefe do departamento de Polícia de Yerevan. Outro coronel da Polícia, Artur Vanoyan, foi morto enquanto os ocupantes entraram em confronto com a polícia no distrito de Erebuni, no sul da cidade.
Enquanto isso, organizadores da manifestação na Praça da Ópera falam em brutalidade policial e prisões despropositadas de cidadãos. Segundo o Azatutyun.am, os manifestantes tentavam cruzar a Avenida Norte quando encontraram com uma barricada policial, o que os forçou a voltar para a Ópera.
O General Poghosian esteve no local, após as tensões terem diminuído quando da libertação de dois presos e da promessa de soltura de outros. Os manifestantes começaram a colher nomes daqueles que eles acreditavam que teriam sido levados em custódia pelos agentes da lei.
O impasse com os homens armados e com o grupo oposicionista que tomaram o quartel-general da polícia no distrito de Erebuni entra no segundo dia, enquanto as autoridades continuam a negociar a libertação dos reféns restantes.
O grupo convocou a população para ir às ruas protestar contra o governo. Entretanto, pode-se dizer que as justas reivindicações deles e a dedicação à pátria se perdem em atitudes extremistas e recheadas de pontos nebulosos no comportamento de seus líderes, muitos dos quais são heróis e veteranos da guerra de Artsakh (Nagorno Katabakh), mas precisam entender que a luta política para aprofundar a democracia e os direitos humanos é enorme na Armênia.
No domingo, ocorreram protestos e vários manifestantes foram presos em Yerevan, além de outras com conexões com o Parlamento Fundador foram presas em todo o país. As prisões e repressão policial continuou nesta segunda-feira (18), o que levou mais gente às ruas, deixando um clima tenso no ar.
No momento em que esta matéria está sendo escrita, o dia amanhece em Yerevan. O batalhão de Choque já está posicionado em diversas avenidas estratégicas para os manifestantes (assista abaixo).
Traremos mais informações durante o decorrer do dia.