Conexão Baku chega a presidência da Câmara dos Deputados
Em 2012 enquanto o tema do Pré-Sal gerava uma discussão intensa no Brasil inteiro, o governo do Azerbaijão, um país petrolífero e ligado aos petrodólares das transnacionais globalizadas, inaugurava sua embaixada em Brasília.
Em fevereiro de 2013, durante a Conferência de Segurança de Munique (Alemanha), o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão, Elmar Mammadyarov, manteve encontro com o então Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota. Era o início do aprofundamento das relações entre os dois países que desde a década de 1990 eram exclusivamente protocolares e comerciais.
Em 2013 a Embaixada do Azerbaijão iniciou um trabalho ostensivo no congresso brasileiro para ampliar as relações comerciais e políticas com o Brasil. O partido escolhido para trabalhar com o governo de Baku, a capital do Azerbaijão, foi o Democratas, mais conhecido como DEM.
Desde então as trocas bilaterais multiplicaram 5 vezes e semanas depois da criação do Grupo de Amizade Interparlamentar Brasil – Azerbaijão, formado majoritariamente pelos parlamentares brasileiros do DEM, o governo do Azerbaijão formaliza a compra de uma série de aviões da EMBRAER em um negócio de mais de U$ 300 milhões.
Até ai nenhuma novidade e nenhum problema. Comércio bilateral e relações internacionais são o ambiente normal da diplomacia.
Ocorre que meses depois parlamentares brasileiros são convidados a conhecer Baku e participar de uma infinidade de congressos e reuniões bancadas pela cleptocracia de Ilham Aliyev, ditador do país.
Logo os interesses dos azerbaijanos ficavam claros e se mostravam para além do que tinha se visto até então. Uma ofensiva azerbaijana na América do Sul estava em curso, principalmente no Brasil, como denunciou o Estação Armênia em editorial publicado em agosto de 2013 (releia aqui).
Os deputados brasileiros Nelson Pelegrino – PT / BA e Claudio Cajado – DEM / BA apresentam moções na Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal para que o Brasil assumisse a defesa da ditadura Aliyev e pressionasse a Armênia visando roubar as terras armênias de Nagorno Karabakh – Artsakh (relembre aqui).
Cabe lembrar aqui que a Embaixada Armênia em Brasília e o Conselho Nacional Armenio – filial Brasil fizeram todos os esforços para evitar tal situação naquele período, contando com apoio dos então deputados paulistas Arnaldo Jardim e Walter Feldman que ponderaram sobre a amizade que o Brasil mantinha também com a Armênia.
Mas a carga política azerbaijana continuou e continua “pesada”.
Cesar Maia (vereador do RJ), Claudio Cajado (Deputado Federal) e Rodrigo Maia também Deputado Federal fizeram declarações infundadas sobre o conflito de Karabakh- Artsakh (clique aqui e entenda).
Em uma clara posição parcializada e demonstrando total desconhecimento do assunto, eles lançaram nas redes sociais acusações contra a Armênia e Nagorno Karabakh (Artsakh) durante a primeira semana de abril quando o governo azerbaijano lançou uma violenta e covarde ofensiva contra a linha de fronteira de Karabakh.
Atendendo ao chamado do Portal Estação Armênia os ativistas da Comunidade Armênia fizeram uma enorme campanha de esclarecimento nos blogs dos referidos deputados a ponto de os mesmos retirarem as postagens em apoio ao Azerbaijão.
Ontem (13) Rodrigo Maia, DEM / RJ foi eleito presidente tampão da Câmara dos Deputados na grave crise política que vive o Brasil. Ele vai ocupar o posto até janeiro de 2017.
Hoje, 14 de julho um dos primeiros encontros de Rodrigo Maia foi com o atual Ministro interino das Relações Exteriores, Jose Serra, notório apoiador da Causa Armênia.
O leitor que imagine e tire suas conclusões.
O Rodrigo Maia , realmente não tem suporte cultural algum para entender a história e as ocorrências da região ;
deveria estudar um pouco mais !