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Artigo: o sufixo IAN nos sobrenomes armênios, por Nichan Bertezlian

Há alguns meses venho colaborando com algumas matérias para o Portal, depois de muito insistir ao querido Armen (brincadeirinha), ele me cedeu um espacinho aqui, neste site que tanto admiro e acompanho há alguns anos.

Minha paixão pela Armênia veio aflorando nos últimos anos, ainda que tenha convivido muito pouco com meus avós paternos, que nasceram na amada Hayastan.

Com muita alegria, nas últimas semanas fui surpreendida com um achado e tanto! Fiz amizade com um grande defensor da Causa Armênia (apesar de não possuir origem armênia), Hélcio Dallari Jr, que inclusive já participou e organizou alguns eventos sobre o Genocídio Armênio.

Um depoimento de meu tio-avô, Nichan Bertezlian, irmão de minha saudosa avó, Marie Indjaian, explicando um pouquinho sobre a origem do sufixo IAN no sobrenome dos armênios.

A entrevista foi feita pelo Museu da Pessoa, possui mais de 20 minutos mas o trecho que localizei contém menos de 1 minuto, no entanto, ao entrar no link, pude conferir a entrevista completa, que conta diversas histórias sobre a vinda de minha avó ao Brasil, ocasionada pelo genocídio, sua passagem pela Síria e também pelo Líbano, até a chegada à terra tupiniquim.

Pude encontrar respostas a perguntas que até hoje eu fazia e muitas vezes não obtinha resposta, como vieram para o Brasil, como foi a infância aqui até se estabilizarem, dentre outras.

Foi muito emocionante obter algumas dessas respostas, saber mais sobre a origem de minha querida avó, com quem eu infelizmente tive pouca convivência.

Por histórias como a dela é que continuo e continuarei, enquanto puder e tiver forças, dedicando meu tempo e minha energia à Causa Armênia.

Assista ao trecho do vídeo em que Nichan comenta sobre a origem do sufixo IAN no sobrenome dos armênios:

Confira o arquivo completo do depoimento de Nichan Bertezlian.

Continuando minha busca, através do site Family Search, uma ferramenta incrível que reúne vários documentos valiosos de imigrantes, juntamente com o depoimento de meu tio-avô, descobri que minha avó nasceu em Marach, antigo território armênio que agora faz parte da Turquia e não em Yerevan como a vida toda eu achei. O que muito mais sentido tendo em vista a proximidade com Aleppo (onde meu tio-avô veio a nascer) e com o Líbano, porta de saída deles para o Brasil.

Acontece que naquela época, eles chegavam ao Brasil e diziam ser de tal lugar e, provavelmente, o agente da imigração anotava e pronto, tanto é que no cartão de imigrante de minha avó, Marach está como Síria e no de meu avô está como Líbano.

O importante é que esclareci diversos aspectos de minha história que até então eram desconhecidos e isso foi realmente incrível! Obrigada novamente Hélcio!

 

Sobre o autor

Artigos

Colaboradora. Carioca da gema que viveu em Curitiba desde criança e agora é cidadã do mundo. É advogada, profissional humanitária aficcionada por Direitos Humanos e defensora de minorias. O coração e o sangue sempre falam mais alto no que diz respeito à Armênia.
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