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Congressista Jim Costa honra memória das vítimas do Genocídio Armênio na Câmara dos Representantes dos EUA

(De Curitiba (PR) – por Maria Carolina Chaves Indjaian)

No dia 27 de abril, o membro da Câmara dos Representantes pelo 16º distrito da Califórnia (EUA), casa de muitos armênios e seus descendentes, o congressista Jim Costa falou em defesa do reconhecimento do Genocídio Armênio durante uma sessão na Câmara.

Na oportunidade, o congressista ressaltou que lembra intensamente das histórias contadas por vizinhos e amigos que tiveram parentes que sobreviveram ao Genocídio Armênio perpetrado pelo Império Otomano e destacou, ainda, sua insatisfação com a resistência do Presidente Obama em recusar-se a chamar o episódio de genocídio (apesar de ter prometido reconhece-lo como tal em sua campanha (relembre aqui).

Jim ainda homenageou Soghomon Tehlirian, chamando-o de herói armênio e enfatizando que o seu ato de assassinar Taalat Pasha – orquestrador do Genocídio Armênio – foi um ato de justiça e que o armênio inclusive fora absolvido de todas as acusações por um Júri na Alemanha.

Confira o vídeo legendado em português:

Abaixo, leia a transcrição da fala do deputado:

“Sr. Orador, eu me levanto hoje para reconhecer o 101º aniversário do Genocídio Armênio, a honra das vidas de 1,5 milhões de armênios que foram mortos entre 1915 e 1923 pelo Império Otomano.

A República da Turquia infelizmente continua tentando silenciar as vozes dos sobreviventes e seus descendentes ao redor do mundo, mas nós nunca iremos esquecer nem seremos intimidados a nos silenciar. Vários anos atrás eu disse ao Primeiro ministro da Turquia, que agora é o Presidente, que a Turquia deveria reconhecer o Genocídio e colocar este capítulo da história para descansar. É extremamente frustrante que a Turquia continue a ignorar o que realmente aconteceu, mas além disso, é muito decepcionante e inaceitável que o Presidente Obama tenha falhado mais uma vez para chamar o assassinato de um milhão e meio de armênios de Genocídio, porque é isso que foi.

Reconhecer o Genocídio Armênio não é algo a ser debatido, o Parlamento Europeu passou uma resolução de reconhecimento do Genocídio e ano passado o Papa Francisco falou sobre a tragédia que aconteceu, o Genocídio Armênio.

Estudiosos e historiadores reconhecem que a sistemática matança e deportação que aconteceu constituiu Genocídio. Mas eu, contudo, simplesmente não preciso retransmitir ao mundo dos historiadores. Crescendo no “San Joaquin Valley”, na área de Fresno, eu ouvi histórias dos meus amigos e vizinhos, os Kazerians e os Abrahemians e os Kaleigians, cujas famílias experimentaram os horrores nas mãos do Império Otomano. Assim como nós refletimos sobre este dia, o mesmo sentimento é o de centenas de milhares de homens e mulheres armênios, que bravamente começaram novas vidas nos Estados Unidos, depois de presenciarem tragédias indescritíveis às suas famílias e às suas aldeias.

Sobreviventes e seus descendentes, muitos dos quais se fixaram na Califórnia, tornaram-se brilhantes exemplos sobre o que significa viver o sonho americano em sua própria diáspora.

Eu gostaria de usar essa oportunidade para contar a vocês de uma experiência sexta-feira passada. Em Fresno, eu tive a distinta honra de participar de um evento com líderes da Comunidade Armênia e do Comitê Nacional Armênio da América, seu Presidente Nacional, Raffi Hamparian. Eu quero usar essa oportunidade para homenagear alguém que trouxe um senso de justiça para aqueles que morreram durante aqueles tempos, nós queremos reconhecer um verdadeiro herói armênio, Soghomon Tehlirian.

Como parte da Operação Nemesis, planejado pela Federação Revolucionária Armênia, Soghomon Tehlirian, assassinou Talaat Pasha, que foi o último Primeiro Ministro do Império Otomano e o orquestrador do Genocídio Armênio. Esse foi um ato de justiça, servido em nome do povo armênio. Tehlirian foi absolvido das acusações num júri na Alemanha nos anos de 1920, mais tarde mudou para a Sérvia e depois para São Francisco, Califórnia. Ele morreu em 1960 e foi enterrado no Cemitério Ararat Masis, em Fresno, na Califórnia, que naquela época era o único cemitério armênio no país. Eu espero que meus colegas juntem-se a mim e aos armênios da nação e do mundo e honrem o Sr. Tehlirian e também prestem um tributo ao um milhão e meio de vidas perdidas no Genocídio, o primeiro Genocídio no Século XX assim como seus descendentes que vivem hoje, pois nós nunca devemos esquecer a história, como em algum momento alguém disse “aqueles que esquecem a história, estão condenados a repeti-la”.

 

 

 

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