Com informações de Hürriyet e Armenian Weekly:
No último domingo (07), cerca de 86 por cento dos 53 milhões de eleitores turcos foram às urnas e elegeran 550 membros para o Parlamento da Turquia, entre eles os armênios Garapet (Garo) Paylan, que concorreu pelo Partido Democrático Popular (HDP), Markar Esayan do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), e Selina Özuzun Doğan do Partido Republicano do Povo (CHP), de acordo com a mídia turca, fato considerado uma vitórias das minorias no país. Neste pleito, 268 candidatas do sexo feminino concorreram em diversos partidos sendo o maior número da história das eleições na Turquia.
O Partido Democrático Popular (pró-curdo HDP) acabou com 13 anos de maioria absoluta do AKP, partido do presidente Recep Tayyip Erdogan. O AKP precisava de 276 assentos para uma maioria absoluta no Parlamento, mas acabou elegendo apenas 258 na eleição parlamentar de hoje, o que representa 40,7 % dos votos.
Recentemente, Erdogan acenou para um plano de alterar a constituição e concentrar mais poderes no cargo de Presidente – que neste momento é ele próprio. Para isso, o AKP precisava atingir uma maioria confortável no Parlamento. Não o conseguiu.
Com base em dados divulgados pelo TRT estatal, em segundo lugar nas eleições ficou com o Partido Republicano do Povo (CHP) que obteve 132 lugares (25,17 %), seguido pelo Partido do Movimento Nacionalista (MHP) com 81 cadeiras (16,50 %) e do HDP que obteve 79 cadeiras (12,98 %).
Além dos candidatos armênios acima citados, foram eleitos Murad Mihçi e Filor Uluk Benli do HDP, além de candidatos de origem Yezidi e assírios ao lado de curdos.
Nas províncias mais pobres e tradicionalistas o voto islâmico ainda foi direcionado para Erdogan, mas na parte europeia, mais laica e crítica, o voto foi direcionado para os partidos de posição. Isso ocorreu também no extremo leste, nas localidades de maioria curda. Os candidatos armênios eleitos são notadamente vindo de localidades com votos mais críticos e ocidentalizados.