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Artigo de Aline Bak: “O mundo enfim conhece a nossa dor.”

Por Aline Baktchejian Djehdian.

O Papa Francisco durante a missa na Basílica de São Pedro declara “É o primeiro genocídio do século XX”.

A advogada Amal Clooney esposa de George  Clooney defende no Tribunal Internacional dos Direitos Humanos o reconhecimento do genocídio.

A socialite Kim Kardashian e a sua família embarcam pela primeira vez para a Armênia do que seria pelas suas palavras “a jornada de sua vida”.

O chefe da igreja armênia, o Catholicos Karekin II canoniza em Etchmiadzin um milhão e meio de santos armênios.

A banda System of a Down realiza nas ruas de Yerevan um show histórico.  A torre Eiffel se apaga por 1 minuto. As mídias ao redor do mundo se voltam para 1915.

Alguns líderes mundiais reconhecem enquanto outros se omitem. Mas afinal porque que o assunto no mundo é a Armênia? 

Mas o que houve com este povo? Que história é essa que nunca foi ensinada nas escolas? O enredo brutal e triste que mais parecia ficção do que realidade foi marcada por um povo de fé que além de terem reconhecido desde o início o cristianismo como religião oficial foram também perseguidos, torturados e largados a milhares no deserto pelos turcos otomanos com a finalidade de extinguir o povo armênio. O Genocídio do povo armênio.

O tempo passou, mais precisamente 100 anos e a diáspora com mais de 10 milhões de armênios rezaram, cantaram e saíram de suas casas para as ruas onde o mundo pode conhecer o orgulho de ser armênio. Seja através de um coral de uma escola no Japão, no Canadá, em Los Angeles, Nova York, Chicago, Seattle, Miami, em países como a Austrália, Argentina, Uruguai, Irã, Holanda, Áustria, Alemanha, Lituânia, Libano, Brasil, Georgia, Venezuela e até mesmo lá no coração da Turquia em Istambul onde a marcha do dia 24 de abril aconteceu sob o som de cânticos armênios.

E porque estamos mesmo falando dos armênios? Cada sangue derramado no deserto leva um DNA e esse perpetuou no tempo através de imagens do ano de 1915 exibidas na CNN, BBC, FOX, BLOOMBERG, entre tantas outras fortes referências mundiais. 

Mídias no Brasil como a Globo através dos seus noticiários, também na Record, SBT, BAND, TV CULTURA. Importantes sites como UOL, TERRA, GLOBO e os jornais como FOLHA, ESTADÃO entre outros realizaram dezenas de matérias mostrando a luta de um povo. Um rapper brasileiro que canta uma música sobre Genocídio Armênio.

Agora o mundo entende o porquê falamos dos armênios.

Os turcos continuam negando assim como o seu aliado que possue uma base militar na região, os EUA. E o Brasil? Mais um não para 30 mil armênios que residem no país.

A diáspora está unida lutando pelo reconhecimento em memória de seus antepassados e hoje vivendo algo que antes era impensável; ver o mundo conhecer a nossa dor.

Negar o passado significa contribuir negativamente com o rumo da história atual. 

Aline Baktchejian Djehdian 
24/04/2015

 

Aline Baktchejian Djehdian é jornalista brasarmênia e idealizadora do site “O olhar do Fã no MMA”.

 

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