No último dia 21 de março aconteceu a premiére de lançamento do documentário “The Last Cry of the Duduk – Old World” (“O último choro do Duduk: Velho Mundo”, em tradução livre para o português) em Los Angeles, na Califórnia (EUA). O Duduk é um tradicional instrumento de sopro de origem armênia.
“The Last Cry of the Duduk” é um documentário sobre o Genocídio Armênio feito pelo hollywoodiano Andy Roman Dubon. O filme viaja do sopé do Ararat até a Europa, entrevistando as comunidades armênias em Istambul, Londres, Barcelona, Marselha e Jerusalém a fim de discutir suas preocupações e esperanças com relação ao reconhecimento do genocídio armênio.
Sinopse:
Na Turquia, Rober Koptash, editor-chefe do jornal Agos (periódico da comunidade armênia de Istambul) falou sobre como a comunidade armênia de Istambul não apenas aspira pelo reconhecimento do genocídio armênio pela moderna Turquia (sucessora do Império Otomano) como também luta por direitos iguais a todos os cidadãos turcos independentemente do status de minoria não-muçulmana. Rober pontua a injustiça que prevalece – todos os cidadãos são iguais perante a lei na Turquia, mas há certas leis não escritas que ainda são seguidas à risca com relação ao tratamento dos turcos não-muçulmanos.
Patricia Satrakian, uma imigrante argentina na Grã-Bretanha, discutiu como os descendentes ainda tem, embora estejamos nos aproximando do 100º aniversário do genocídio armênio, uma profunda conexão com a dor resultante do assassinato sistemático de seus antepassados. Ela sugere que a verdadeira cura só acontecerá quando o governo turco assumir a responsabilidade por suas ações durante a Primeira Guerra Mundial.
Na Terra Santa, com a segunda geração hierosolimitana, exploram as conexões de Jerusalém com os armênios do mundo. Por mais surpreendente que possa parecer, a comunidade armênia de Jerusalém é a segunda maior na cidade, atrás apenas da judaica. Armênia foi o primeiro país na história a adotar o cristianismo como religião de Estado, mesmo antes de Roma.
Professor Yair Auron, acadêmico israelense, aborda como um país nascido das cinzas do Holocausto nega deliberadamente a ocorrência do genocídio armênio, considerando a aniquilação de dois terços dos armênios otomanos como uma simples tragédia. Suas ligações familiares com o parlamento israelense deu a ele uma visão íntima dos mecanismos por trás da recusa do Knesset de reconhecer o genocídio armênio (Chaim Auron, irmão do Prof. Yair Auron, é ex-parlamentar). Prof. Auron está convencido de que Israel deve reconhecer o genocídio armênio por uma questão moral, não por conveniência política. Ele acredita que uma vez Israel reconhecendo o genocídio, os EUA e outros países não terão outra escolha a não ser seguir o mesmo caminho.
O filme mistura essa perspectiva armênia internacional e a jornada dos cineastas pela Europa, Israel e o interior da Anatólia incluindo uma tentativa de escalar o Monte Ararat, símbolo nacional armênio e local onde a Arca de Noé teria encalhado após o Dilúvio. Jornais e documentos históricos do período do genocídio também são ressaltados, incluindo uma dramatização baseada nas interações reais entre Henry Morgenthau, embaixador dos EUA no Império Otomano, e Talaat Paxá, Ministro do Interior do Império Otomano e principal responsável pela aniquilação dos armênios durante o primeiro genocídio do século XX.
Nota da redação: Assim que o teaser ou alguma outra informação sobre o documentário for divulgado, o Portal Estação Armênia fará atualização desta nota.