Traduzido por Adriana Nazeli Topalian.
Publicado em 9 dezembro, 2014, no Clarín.
Na edição do dia 9 de dezembro do jornal argentino Clarín, Mario Nalpantian (membro do Conselho Nacional Armênio Mundial e vice presidente da Internacional Socialista) contestou o texto do embaixador do Azerbaijão na Argentina, publicado na seção “Cartas ao país” em 5 de dezembro (Leia a publicação do embaixador do Azerbaijão, clique aqui e leia).
A seguir reproduzimos o artigo de Nalpantian.
“No dia 5 de dezembro o Clarín publicou um artigo do embaixador do Azerbaijão na Argentina, intitulado “O direito de Azerbaijão sobre Nagorno- Karabakh e a paz regional”. No mesmo artigo, o autor expressa uma série de falsidades e erros sobre o conflito de Nagorno- Karabakh e a República da Armênia, que evidenciam uma maliciosa confusão e intencionalidade de desinformar.
Nagorno- Karabakh, desde 02 de Dezembro de 1991 é uma República independente, assentada nos territórios históricos armênios. Nunca formou parte da integridade territorial da República de Azerbaijão, nem antes nem depois da sovietização, únicos períodos reconhecidos como sujeitos de direito internacional. Na República de Karabakh, hoje, se está construindo um Estado de direito, com vigência da lei e autoridades eleitas sob o monitoramento de observadores internacionais.
As colocações, veiculadas naquela publicação, sobre a República de Armênia, são injuriosas e falsas. Após a queda da União Soviética, Armênia e Azerbaijão começaram a transitar seu próprio caminho rumo à democratização. Enquanto Armênia se encaminhava para uma democracia parlamentar, com plena vigência da lei e alternância de governantes, o Azerbaijão se acha num claro retrocesso das liberdades e direitos, isto tudo com o apoio de uma dinastia governante autoritária e sombria.
A nota menciona que Armênia ameaça a paz e a segurança na região, outra falsidade. Só em 2013, o Azerbaijão comprou armas por US$ 4.000 milhões, frente aos US$ 400 milhões adquiridos por Armênia. Em relação ao episódio do helicóptero armênio derrubado, este era de instrução de voo, não carregava artilharia, e foi derrubado sobre a “zona neutra”, fato que foi condenado pelo Ministro de Relações Exteriores russo, e pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos”.
Mario Nalpantian, membro do Conselho Nacional Armênio Mundial e vice presidente da Internacional Socialista.