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Nairi no Hamazkayin | Dias 11 e 12: Arakatz, Fortalezas e encontro com Hranush Hakobian

11º e 12º dias do Fórum Estudantil de Verão do Hamazkayin (28 e 29 de julho)

Por Nairi Zadikian:

Leia todos os relatos em -> www.estacaoarmenia.com.br/hamazkayinn


Segunda-feira (28)

Faz dois dias que não escrevo! Estava morta de cansaço… Na verdade, ainda estou! Mas agora terei longas 8h de caminho para escrever a caminho de Artsakh. Mas depois eu falo sobre isso (a melhor parte de tudo, eu acho!)

Bom, na segunda-feira partimos cedo com destino final a Montanha de Arakatz, muitas vezes representada em nossos poemas e canções. Antes disso, tivemos o enorme prazer de participar do ensaio do “Jivanu anvan ashughagan yerki tbrotse”, estabelecida em 1977, com a iniciativa do maestro e professor Tovmas Poghosian, que nos palestrou sobre o grande histórico do trovadorismo armênio, desde Sayat Nova, até os compositores mais recentes. Fomos apresentados aos instrumentos típicos armênios utilizados por eles, tais como zurna, dhol, saz, kamancha, entre outros. O ensaio mais parecia um espetáculo! Até mesmo eu, que não entendo de música, pude ver o quão maravilhoso era! Nos apresentaram canções patrióticas, tal como “Menk angeghdz zinvor enk” e outras.

Então, sim, continuamos nosso caminho… Fizemos uma parada na igreja de Saghmosavank, que era bastante antiga, e está localizada bem solitária no meio de uma natureza simplesmente INCRÍVEL. Parece um milagre se vista um pouco de longe: rodeada de montanhas, natureza, árvores, verde, e bem no centro estava ela, muito imponente. Fizemos uma breve parada também numa área muito bonita, onde temos nosso alfabeto esculpido em diversas pedras, com trabalho típico armênio. E então sim, começamos a subir o Arakatz.

O caminho é bem difícil, mesmo com ônibus pequeno. Depois de 40min, mais ou menos, chegamos ao que mais se aproximava do topo. Lá, fizemos um pic nic, sentados nas pedras, e a atmosfera era inacreditável. Juro! Eu recomendo a todos irem ao Arakatz. Pensar que eu estava sentada sobre o ponto mais alto do nosso país, que foi de lá que São Gregorio recebeu o milagre da luz… Eu sugava energia daquela montanha pelos meus pés, tenho certeza. Eu estava cercada de uma fortaleza, nos meus 4 lados paredões de pedra, de imponência. E quando o vento soprava, e se escutava seu som, tive a certeza que a montanha se comunicava com o Ararat, na promessa de que um dia novamente estarão juntas, no mesmo território. Escalamos a pé até o pico do pico mesmo, onde há pouco colocaram uma cruz belíssima. Dançamos e cantamos sobre nossa montanha, que parecia muito próxima, como um ente da família. Me senti realmente ligada a aquela terra, e a energia incrível que havia lá me fazia querer ficar mais e mais. De lá, parada no forte Ampert, que era simplesmente majestoso! E pensar que aquelas ruínas um dia realmente já serviram de resistência ao nosso povo!

Lá também havia uma igreja super super antiga, no qual fizemos uma oração todos juntos. Voltamos ao hotel exaustos (motivo pelo qual não pude escrever!), e ainda tivemos 1h30 de ensaio de dança, porque no dia seguinte, seria nossa apresentação, sobre a qual contarei mais adiante.

Terça-feira (29)

Nossa terça-feira foi quase que totalmente dedicada a apresentação que aconteceria no final da tarde. No entanto, de manhã, tivemos um encontro importante com a ministra da diaspora, Hranush Hakopyan, que começou nos apresentando alguns programas realizados pelo ministério, tais como o “Tebi Yerkir”, e o “Im Hayasdan” paradon. Manifestou ainda seu desejo para que todos os jovens sejam boas pessoas, de alma, sejam bons filhos e respeitadores dos pais, e por fim, bons armênios. Bons armênios que, segundo ela para se-lo, é indispensável saber a língua armenia. Não colocá-la atrás de qualquer outra, ela deve ser a mais importante, nossa língua mãe… E depois que, se você tem alguma aptidão, alguma especialidade na sua profissão, para que pense: como posso servir e contribuir com a Armenia, com os meus conhecimentos? Essa é uma pergunta para se pensar, refletir e AGIR.

Nossa tarde foi totalmente dedicada aos ensaios, cada um no seu grupo. Às 17h começou nossa apresentação no teatro do Hamazkayin em Erevan. Contávamos com a presença dos membros do Hamazkayin Central na Armenia, do vice ministro da diaspora, entre outras autoridades. Foram apresentados poemas, canções, representações teatrais e dança. Eu, pessoalmente, estava no grupo da dança, e ainda tive a oportunidade de declamar uma poesia. Ao final, todos recebemos um certificado de participação no vigésimo fórum do Hamazkayin. Embora exaustos, estávamos com a sensação de dever cumprido! Comemoramos num restaurante maravilhoso, com música ao vivo! Estava bem frio e chovendo, bem diferente do clima que estava de manhã… Dançamos mesmo debaixo da chuva! Nos divertimos muito, e aproveitamos ao máximo, já que sabíamos que era nosso último dia em Erevan, antes de partirmos pra a heróica Artsakh! Estou tão ansiosa… Estarei na mesma terra em que nossos grandes heróis tashnagtsagan tombaram por nós! Amanhã conto mais! Até a próxima.

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