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O antropólogo e professor Dr. Carlos Antaramian, durante a apresentação do livro “Las Memorias de Mardiros Chitdjian, um sobrevivente do genocídio”, em evento realizado pelo CNA – Brasil no Clube Armênio em São Paulo, no dia 28 de março, destacou uma passagem da obra na qual Mardiros Chitdjian escreveu que se não fosse por um homem, ele e outros milhares de órfãos nunca teriam sobrevivido aos horrores do genocídio armênio e que ele deve ser lembrado por todos os armênios como um grande herói. Seu nome é Kud Mekhitarian.
Para alguns poderia ser apenas mais um armênio que ajudou seu povo durante o genocídio praticado contra os armênios pelos turcos-otomanos, mas para uma pessoa presente na apresentação de Antaramian, esse nome significava muito mais. Para Chake Avedissian, representante da Comunidade Armênia no CONSCRE da Assembleia Legislativa, o nome Kud Mekhitarian significava as melhores lembranças de sua vida. Kud Mekhitarian, que salvou quase 2500 órfãos armênios das investidas turcas, era ninguém menos do que seu saudoso pai.
A fala inesperada do Prof. Antaramian levou Chake Avedissian às lágrimas e o momento foi seguido por uma salva de palmas em memória de Kud, um momento de emoção impar na história recente da coletividade.
Trata-se de mais uma história emotiva resultante da tragédia que se abateu sobre o povo armênio em 1915. Ao final Carlos Antaramian entregou alguns documentos enviados pela filha de Mardiros Chitdjian à Chake Avedissian.
Já encontra-se em andamento uma pesquisa acadêmica mais compelta acerca da história de Kud Mekhitarian que será levada a cabo pelo Prof. Dr. Carlos Antaramian e pelo historiador Prof. Heitor Loureiro. Os pesquisadores acreditam que a trajetória de Kud merece ser explorada para compor mais um capítulo da história de sobrevivência do povo armênio.