Asbarez, Associeted Press, CNN
O Presidente francês, François Hollande , pediu ao governo turco que se reconcilie com sua própria história e reafirmou que a França reconhece o massacre que ceifou a vida de 1,5 milhão de armênios em 1915. Muitos analistas e o jornal Le Monde classificam essa visita diplomática de histórica já que a Turquia vem buscando acelerar sua entrada na União Europeia (U.E.).
Apesar da França reconhecer o Genocídio oficialmente, ontem o Presidente Hollande usou o termo “massacre” sendo duramente criticado pelos meios de informação da comunidade armênia francesa. É importante ressaltar que somente a classificação dos fatos ocorridos em 1915 como genocídio garante a criminalização e as devidas reparações.
Durante uma conferência de imprensa conjunta com o presidente turco, Abdullah Gul, Hollande afirmou “Descobrir tristes fatos da história é sempre doloroso, mas deve ser feito. Apelo à Turquia para resolver a questão do Genocídio Armênio que está às vésperas do seu centenário”.
A visita de Hollande é considerada extremamente relevante já que marca a primeira visita de um presidente francês a Turquia em 22 anos.
As autoridades turcas receberam com muitas reservas a declaração. O Presidente turco Abdulah Gul, disse que o assunto deve ser abordado pelos historiadores:
“Desgraças de 100 anos atrás, são os nossos problemas comuns […] Não temos o direito de passar estes problemas de geração em geração”. “O que deve ser feito, em vez de reviver esses males, é deixar estes para os historiadores. Esta questão não pode ser combatida de forma unilateral.”
Em 2000, a França reconheceu o Genocídio Armênio. Em 2011 o poder legislativo francês aprovou projeto de lei para criminalizar a negação do genocídio armênio na França. Apesar do Tribunal Constitucional francês ter considerado elementos do projeto de lei inconstitucional, Hollande afirmou que a França vai continuar a buscar a criminalização da negação do Genocídio. Perguntado insistentemente sobre o tema por uma repórter de um diário turco ele disse: “Nós vamos fazer o que é certo e só o que é certo”.
Enquanto estiver na Turquia , Hollande deve se reunir com a viúva do jornalista Hrant Dink, Rakel Dink, importante ativista dos Direitos Humanos na Turquia.