Confira a entrevista exclusiva de nossa colaboradora Aline Bak com o lutador Daniel Sarafian:
Daniel, seu oponente Cezar Mutante é faixa preta de Jiu Jitsu. Ele tem uma envergadura maior do que a sua em pé. Como pretende bloquear o jogo dele?
Estou muito acostumado a lutar contra lutadores com envergadura maior do que a minha. Ele é bem maior do que eu. Mas vou chegar muito bem treinado, sou muito comprometido no que eu faço. E tenho medo também, não acho que eu sou ”o cara”. Esse medo me protege a ponto de chegar lá e desenvolver bem o meu jogo, cumprir a minha tática e sair com uma boa vitória. Vou dar o meu máximo, até o meu limite.
Qual a leitura que você tem do jogo dele?
Acho que o Mutante é previsível, mas com algumas coisas imprevisíveis. É isso que o torna perigoso. Às vezes você relaxa no jogo dele, mas tem que estar o tempo todo esperto com ele. Não pode relaxar. É um ótimo atleta, vai me mostrar muita coisa nessa luta e eu farei o máximo para provar.
Daniel, fale um pouco sobre o seu camp.
Fizemos uma parte do camp na Academia do Demian Maia. O treino de grappling está maravilhoso, muita gente boa treina por lá. O meu camp começou no meio do camp do Demian. Isso foi maravilhoso pois o material humano e a seriedade aumentam na academia. Isso é um ponto muito positivo para mim. Outro ponto bom, é que temos ótimos canhotos grandes, diferente da primeira vez quando íamos lutar. Um primo do meu treinador Pitu, que se chama Júnior, é um excelente boxeador e chuta bem, além de medir 1,85m, parecido com o Mutante que tem 1,88m . Tenho feito sparrings também com o canhoto Luiz Banha Cane, que é muito habilidoso e logo, devido ao ritmo positivo que vem demostrando em suas lutas, vai retornar ao UFC. Trouxemos também o Antonio Mendes Samurai, que já lutou no UFC. Ele é muito bom na trocação e nos chutes. Estou bem servido com os treinos. O Adrian Jaoude nos meus treinos de wrestling.E o bicampeão de Karatê Kyokushin, Enrico Magalhães, aluno do Ademir da Costa , tem vindo ajudar também. Vou chegar preparado.
O Mutante disse em recente entrevista que não quer estudar o seu jogo, pois prefere aprimorar e focar somente no dele. Fale a respeito.
Eu também acho que tenho que aprimorar o meu. Cada atleta no seu diferencial. Eu sempre estudei meus oponentes e não vou mudar agora pois vem dando certo. Gostaria que ele não me estudasse e se isso não for apenas um blefe dele, acho ótimo!
Luta da final do TUF ou só mais uma luta para você?
Para mim é mais uma luta. Não existe final de TUF. Ele foi campeão por méritos dele. O problema foi meu, por ter me machucado. Para mim é melhor, pois tenho a oportunidade de ganhar do campeão do TUF. Lutar cada vez mais contra caras mais difíceis, com grande nome e potencial é o que busco para mim, desde o meu primeiro dia de luta. Estou muito empolgado com essa oportunidade. Vamos para a guerra; é matar ou morrer. Vou dar a minha vida nessa luta!
Qual a leitura de sua carreira até agora no UFC?
Só olho para frente. Tive uma ótima vitória e uma ótima derrota e sei que eu podia ter sido melhor do que aquilo, no meu jogo tático. Era muita pressão em cima de mim. O que me tirou do trilho da luta contra o Dollaway, foi o timing de luta. Eu estava há 1 ano sem lutar. Por conta da lesão, foram 11 meses e 1 semana sem lutar; é muito tempo. Cheguei lá e errei.
Fui até o meu limite e sai aplaudido com muita gente achando que eu deveria ter ganho. Mas fico com a consciência tranquila de que eu fiz o melhor. Se eu continuar indo no meu melhor o UFC vai ficar satisfeito com o meu trabalho!
Você tem um forte carisma com os fãs. O que espera de Goiânia?
Quero fazer o melhor que eu puder. Espero que o pessoal goste.
foto: Inovafoto/UFC