Via Asbarez –
ISTAMBUL (Reuters) – Um tribunal de Istambul condenou Sevan Nisanyan, escritor turco-armênio e blogueiro a mais de um ano de prisão por insultar o profeta Maomé, informou a imprensa local nesta quarta-feira.
Esse ato arbitrário preocupa os defensores dos Direitos Humanos já que há pouco mais de um mês atrás, o mundialmente renomado pianista Fazil Saym foi condenado a uma pena de prisão por insultar os valores religiosos através de mensagens no Twitter.
A Sentença de Say acendeu o debate sobre o papel que a religião deve desempenhar na vida pública turca e escancarou o quanto mudou o país desde que o Partido do primeiro-ministro Tayyip Erdogan, que tem raízes na política islâmica, chegou ao poder há uma década.
O Partido de Erdogan se diz responsável por uma onda de crescimento econômico sem precedentes que vem gerando uma enxurrada de elogios e admiração entre muitos países que são aliados da Turquia. Segundo o Alto Comando da OTAN a Turquia é um farol de estabilidade política em uma região conturbada.
Mas os adversários de Erdogan têm acusado o seu governo de ser uma ameaça a república laica e moderna criada a partir das ruinas do Império Otomano.
Uma das principais denúncias aponta que o poder judiciário do país está sob o comando de conservadores religiosos e que não tem defendido o secularismo como sempre foi uma de suas funções.
Nisanyan foi condenado a um ano e 45 dias de prisão por um post no blog intitulado “Discurso de ódio precisa ser combatido”, no qual ele escreveu:
“Não é discurso de ódio tirar sarro de um líder árabe que alegou que ele tinha contatado Alah centenas de anos atrás e recebeu benefícios políticos, financeiros e sexuais por isso? Sevan prossegue: ” Se isso não é considerado discurso de ódio é a prova de que a liberdade de expressão está em um nível adequado ao jardim de infância.”
A mídia informou que a sentença não poderá ser convertida em multa mas que Nisanyan tinha o direito de recorrer. O Porta – voz da Corte suprema turca não respondeu as perguntas dos jornalistas se recusando a comentar o assunto.