(Via Asbarez)
Na quarta feira, 15, o Supremo Tribunal da Turquia determinou que o assassinato de Hrant Dink, em 2007, foi um crime cometido por uma organização criminosa armada e não um ato de indivíduos, conforme informou Hurriyet Daily News.
No entanto, a equipe de advogados da família de Dink vai opor-se à decisão que define a formação atual como “uma organização formada para cometer crimes” em vez de uma “organização terrorista armada”. Segundo o advogado Bahri Belen, que disse ao Hürriyet Daily News, a decisão não observa motivações políticas dos suspeitos.
“A Suprema Corte diz que é uma organização, mas não que é de natureza política”, disse Belen. “É importante definir a organização. A decisão da Suprema Corte considera a infração de assassinato como semelhante à uma dívida ou à uma quadrilha de cheques falsos, sendo que na verdade é um processo longo que começa com o bombardeio McDonalds e vai até o assassinato de Dink. A definição legal é errada, uma vez que este é um ato de terror, cometido não por uma organização criminosa comum, mas por uma organização política“.
A decisão judicial aponta um crime contratado ao invés de uma organização, disse o vice-membro do Parlamento Bekir Bozdag durante uma reunião em Ancara.
Yasin Hayal, que foi condenado por instigar o assassinato de Dink, também foi condenado por detonar uma bomba fora de um McDonald’s Trabzon, em 2004.
Belen disse que os futuros procedimentos legais após a objeção e as acusações adicionais irão avançar mais rapidamente do que os estágios iniciais.
O tribunal também decidiu ouvir as acusações de que Hayal ameaçou o turco ganhador do Prêmio Nobel, Orhan Pamuk, enquanto anulou as acusações de sua participação em uma organização criminosa.
A absolvição do irmão de Hayal, Osman Hayal, sob a acusação de auxiliar um assassinato, também foi anulada devido à investigações incompletas, segundo o tribunal.
O tribunal também rejeitou seis acusações contra Erhan Tuncel por, deliberadamente, infligir ferimentos no atentado Trabzon, que implicaria na adição da acusação de tentativa de homicídio. Tuncel também foi julgado pelo assassinato de Dink como um suposto instigador e era contratado da Engin Dinç, e, mais tarde, foi chamado para depor durante o julgamento de assassinato de Dink.
O tribunal também rejeitou absolvições para Silah Hacısalihoğlu, Zerney Abidin Yavuz e Tuncay Uzundal por acusações relacionadas com a participação em uma organização terrorista armada, enquanto que aprovou a sentença contra Ahmet İskender por ajudar em assassinato.
Dink foi assassinado em Istambul em janeiro de 2007 por Ogün Samast, um nacionalista turco de 17 anos, em frente aos escritórios da Agos, o semanário do qual Dink era o editor-chefe. O funeral do jornalista de origem armênia contou com um cortejo de aproximadamente 200 mil pessoas (Leia mais)
Após dois anos de processo, Samast foi condenado em 25 de julho de 2011, por homicídio premeditado e porte ilegal de arma de fogo pelo Tribunal de Menores de Istambul para Crimes Graves e condenado a 22 anos e 10 meses de prisão. Após um julgamento de cinco anos, o tribunal decidiu, em 17 de janeiro de 2012, que não havia nada por detrás do assassinato, apesar das afirmações graves de que um certo número de funcionários públicos estariam envolvidos.