O caderno internacional do Estadão do domingo dia 22 de maio, trouxe duas matérias que ocupavam página inteira sobre Karabagh.
( “Paranoia em um país que não existe” )
( “Enclave Armênio leva guerra ao Azerbaijão” )
O jornalista Solly Boussidan relata que teve alguns problemas para fazer sua cobertura creditando-os a uma paranoia do governo de Karabagh.
Solly Boussidan deve saber que a tensão na região, provocada pelo discurso violento e belicista do Azerbaijão, obriga as autoridades de Karabagh a ter todos os cuidados. Mesmo assim, condenamos qualquer censura a imprensa coisa que acreditamos não ter ocorrido pelo texto da matéria.
Devemos lembrar que acompanhamos preocupados no começo do ano a injusta prisão do jornalista na Rússia. Preso e maltratado por estar cobrindo o atentado ao Aeroporto de Domodevo em Moscou somente com o visto de turista. Mesmo que isso seja proibido pela justiça russa, Solly Bousidan não poderia sofrer tais atrocidades.
Julgamos da mesma forma uma atrocidade por parte do Estadão o título de uma das matérias que afirma em letras garrafais que Nagorno Karabagh não existe enquanto país.
Protestamos veementemente contra tal título que não honra a tradição do Estadão. Trata-se de um título que confunde o leitor e que transmite um INFELIZ DESDÉM ao povo de Karabagh em um título simplista e pouco preciso.
O fato de ter um restrito reconhecimento internacional não impede que seus habitantes lutem para ter uma vida melhor em um país que eles estão construindo mesmo com toda a ameaça do lobby turco e azerbaijano e inverdades plantadas na mídia internacional.
*James Onnig Tamdjian é colunista do Estação Armênia e suas opiniões não refletem necessariamente