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Baú Armênio: a tradição da coletividade armênia nos ringues

Em janeiro de 2013 o lutador paulistano de ascendência armênia Daniel Sarafian fez sua estréia no óctogono do UFC, o principal evento de MMA do mundo.

Após uma passagem brilhante pelo The Ultimate Fighter – Brasil, (TUF), Sarafian foi contratado pela organização.

Contudo, se engana quem pensa que Daniel Sarafian ou seu irmão Guilherme (O Ruivo) são os primeiros filhos da coletividade armênia de São Paulo que se enveredam nas artes marciais.

A tradição armênia nos ringues e octógonos vem de longa data. Se vasculharmos antigos jornais e revistas da coletividade, poderemos encontrar outros jovens que, com sucesso, subiram nos ringues e derrubaram adversários, tornando-se conhecidos dentro e fora da colônia.

Sarkis Boiadjian

O jornal Ararat – a voz do povo armênio, de maio de 1947, estampou na sua coluna de esportes a foto de Sarkis Boiadjian, na época com 17 anos. Segundo a coluna, o jovem armênio lutador de vale-tudo debutou nos ringues contra o italiano Auricchio, vencendo o oponente por finalização (estrangulamento) no 3º round. Coincidentemente, foi também com um estrangulamento que Sarafian venceu a sua luta de estreia no TUF Brasil, contra o cearense Renée Forte.

Paren Boiadjian, o gigante de apenas 15 anos
Paren Boiadjian, o gigante de apenas 15 anos

Outro Boiadjian, Paren, também foi destaque da edição de julho de 1947 do mesmo jornal.

De acordo com o periódico, o jovem de apenas 15 anos e com incríveis 95 kg e 1,80 m de altura, irmão de Sarkis, foi convidado a rodar o Brasil em lutas de exibição e assim angariou fama.

Aproveitando a visibilidade que o esporte ganhou na coletividade devido ao êxito dos irmãos Boiadjian, o Ararat cobriu a visita do lutador armênio radicado na Argentina Harutiun Karadaghian, mais conhecido como “Touro Armênio”, vice-campeão mundial de “catch as as catch can”. Após rodar o mundo derrubando oponentes, o “Touro Armênio” fez uma excursão pelo Brasil de onde saiu invicto.

Na ocasião da entrevista ao Ararat, Karadaghian declarou: “devo a minha força ao fato de ser armênio e de ter sangue armênio. Gosto muito de ‘Chich Kebab’ e ‘Tchie Keofté'”.

O armênio-argentino apelidado de "Touro Armênio"

Em outubro de 1947, os irmãos Boiadjian e o Touro Armênio participaram de evento esportivo patrocinados pela Sociedade Cultural União Armênia de São Paulo. Os três venceram seus confrontos e mostraram às demais comunidades imigrantes que participaram do evento que no que diz respeito à luta, os armênios são imbatíveis!

A história desses lutadores e de centenas de outros armênios espalhados por toda a diáspora mostram como os armênios são sempre efetivos e presentes no mundo das lutas profissionais. 

A tradição armênia nos combates corporais é também representada por  Susi KentikianArthur Abraham e Vic Darchinyan no boxe, pelo medalhista olímpico Arsen Julfakyan, Arthur Aleksanyan e pelo armênio radicado no Brasil Eduard Soghomonyan na greco-romana, e no MMA com Daniel Sarafian, além de Manny Gamburyan e Karo Parisyan.

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