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Papa Leão XIV e Catholicos Karekin II reforçam laços espirituais e pedem paz para o povo armênio

Em encontro realizado em Castel Gandolfo, líderes da Igreja Católica e da Igreja Apostólica Armênia trataram da situação humanitária em Artsakh, do patrimônio cultural ameaçado e de novos passos no diálogo ecumênico, incluindo um convite para visita papal à Armênia.

Na manhã desta terça-feira, 16 de setembro de 2025, o Papa Leão XIV recebeu em audiência privada, na Villa Barberini em Castel Gandolfo, o Catholicos de Todos os Armênios, Karekin II, no primeiro encontro oficial entre os dois líderes desde a eleição do Pontífice. A reunião, marcada por clima fraterno, teve como pauta principal a situação humanitária da população armênia deslocada de Artsakh (Nagorno-Karabakh), além da preservação do patrimônio cultural e espiritual da região.

Karekin II iniciou o encontro felicitando o Papa tanto pela eleição ao trono de Pedro quanto pelo aniversário de 70 anos, celebrado recentemente. Em seguida, recordou que os vínculos entre a Igreja Apostólica Armênia e a Igreja Católica Romana vêm se fortalecendo ao longo das últimas décadas, citando as visitas históricas de João Paulo II à Armênia, em 2001, e de Francisco a Etchmiadzin, em 2016. Para o líder armênio, tais encontros são testemunhos concretos da fraternidade entre as duas Igrejas.

O Catholicos expôs ainda suas preocupações sobre Artsakh, destacando os desafios enfrentados pelos deslocados forçados, o risco de destruição de igrejas, mosteiros e arquivos históricos, além da urgência de libertar prisioneiros de guerra e reféns. A seu ver, a comunidade internacional precisa assumir responsabilidade pela proteção da herança cultural armênia e pela garantia de justiça aos que sofrem.

O Papa Leão XIV ouviu os apelos com atenção e reafirmou a importância de buscar uma paz fundamentada na justiça, ressaltando que a Igreja Católica continuará empenhada em apoiar iniciativas humanitárias e diplomáticas que assegurem dignidade aos povos afetados por conflitos.

Ao final da audiência, Karekin II convidou formalmente o Papa a visitar a Armênia, convite que foi recebido de maneira positiva, ainda que sem definição de datas. O gesto reforça a continuidade do diálogo ecumênico e a disposição de ambos em aprofundar as relações entre Roma e Etchmiadzin.

O encontro, que já repercute na imprensa armênia e internacional, é considerado um marco nas relações bilaterais e uma demonstração do papel das Igrejas na defesa dos mais vulneráveis. Para além do simbolismo, a reunião deu voz às preocupações urgentes do povo armênio e renovou o compromisso comum de trabalhar pela paz, pela justiça e pela preservação da memória espiritual e cultural de uma nação marcada por desafios históricos.

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