O mundo da música e das artes chora a morte do cantor e ator Charles Aznavour, enquanto os armênios se despedem de um grande compatriota. Com uma carreira de mais de 8 décadas, o franco-armênio vendeu mais de 100 milhões de discos, além de participação em mais de 60 filmes, mas nunca esqueceu suas origens.
Em março de 2017, Aznavour esteve no Brasil para shows no Rio e em São Paulo. Em agosto do mesmo ano ele ganhou a Estrela com seu nome na Calçada da Fama em Hollywood (EUA).
Filho de pais armênios nascido em Paris como Shahnour Vaghinagh Aznavourian, ele representou o povo armênio em diversas ocasiões, como durante a manifestação de armênios em frente ao Senado francês. Posteriormente, Aznavour também assumiu o cargo de Embaixador da Armênia na Suíça, país no qual residiu, além de ser o representante da Armênia na Organização das Nações Unidas.
Na ocasião do terremoto de Spitak em dezembro de 1988, Aznavour criou uma fundação que levou o seu nome para angariar donativos e organizar a ajuda que seria enviada para a Armênia, para socorrer os quase 50 mil mortos e 130 mil feridos na cidade do norte do país.
O cantor gravou a canção Pour Toi, Arménie (Para ti, Armênia), cuja renda de sua comercialização foi revertida para os vitimados pelo abalo sísmico.
Charles Aznavour faleceu na madrugada desta segunda-feira (1º) enquanto dormia. Ele estava em sua casa em Alpilles, sul da França, após regressar de uma turnê no Japão. A causa da morte não foi divulgada. Sua morte deixa um vazio nos armênios e no universo da arte e da música.