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Razmik Panossian realiza palestra no dia 20 no Clube Armênio

 

Nesta sexta-feira, dia 20 de outubro de 2017, o Associação Cultural Armênia de São Paulo (ACASP) e o SAMA – Clube Armênio realizam palestra importantíssima com Razmik Panossian, Diretor de Serviço de Comunidades Armênias da Fundação Calouste Gulbenkian, e que está de passagem pelo Brasil.

A palestra acontece na Sala Vip do clube e terá início as 20h30min, com o ministrante abordando o tema “A Fundação Calouste Gulbenkian – Seus Trabalhos e Projetos Futuro“. A participação é gratuita e não é necessária a prévia inscrição. Após a palestra será servido um coquetel aos presentes.

A Fundação Calouste Gulbenkian é uma das maiores instituições de fomento à arte, estudos e cultura de Portugal, e leva o nome de seu fundador (in memoriam), que também era conhecido sob a alcunha de “Senhor Cinco Por Cento” (conheça essa história clicando aqui).

Serviço:

SAMA – Clube Armênio
Av. Professor Ascendino Reis, 1450
Vila Clementino – São Paulo

 



Biografia de Razmik Panossian
(
por Adriana Nazeli Topalian)

Razmik Panossian é Diretor das Comunidades Armênias da Fundação Gulbenkian desde fevereiro de 2012. Em visita pelo Cone Sul, estará em São Paulo nesta sexta feira dia 20 de outubro para apresentar os projetos para 2018, da Fundação. Esse projetos estão relacionados com a preservação da cultura e da língua armênia na diáspora, novas metodologias e didáticas do ensino da língua entre outros.

Razmik Panossian nasceu no Líbano (1964) e imigrou para o Canadá com 12 anos. Ele morou Canadá inglês e francês, e no Reino Unido. Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade McGill em Montreal. Mestre pela Universidade de York em Toronto. É doutor pela London School of Economics and Political Science. Sua tese ganhou o prestigiado Prêmio Lord Bryce para Melhor Dissertação em Política Comparada e Internacional no Reino Unido (2001), concedido pela Associação de Estudos Políticos da Grã-Bretanha.

Lecionou na London School of Economics e na Escola de Estudos Orientais e Africanos (Universidade de Londres). As áreas de ensino e pesquisa são: nacionalismo, conflitos étnicos, transição / democratização pós-soviética e políticas comparativas. É o autor do livro “The Armenians: From Kings and Priests to Merchants and Commissars” (Columbia University Press / Hurst & Co., 2006).

Em 2004, assumiu o cargo de Diretor de Política, Programas e Planejamento no Centro Internacional de Direitos Humanos e Desenvolvimento Democrático, uma instituição federal canadense dedicada à promoção da democracia e dos direitos humanos. Entre 2010 e 2012, trabalhou como consultor internacional, inclusive no PNUD em Nova York.

Em setembro deste ano participou, representando à Fundação Gulbenkian, na Sexta Conferência Mundial Armênia-Diáspora, em Yerevan. Nessa oportunidade apresentou os novos projetos da Fundação para 2018. Os projetos incluem o a criação de mecanismos para a preservação da língua armênia, na variante ocidental, considera hoje quase em extinção.

Participou em inúmeras palestras e workshops, escreveu vários artigos acadêmicos de sobre identidade, nacionalismo armênio e as relações Armênia-diáspora. Para Panossian os princípios que devem sustentar a relação entre a Armênia e a Diáspora são: preservação, descentralização, democratização e pluralidade.

Em 2003, Panossian apresento um trabalho “A diáspora armênia hoje: grupo de pressão, política e identidade”, num congresso mundial sobre diásporas (País Vasco, Espanha). Nesse trabalho apresentou suas principais linhas de pesquisa sobre o porquê a diáspora consegue se manter viva, a diferença e outras. O autor destacou que “a persistência e o ativismo da diáspora armênia respondiam a dois fatores principais: a ausência de unidade e a independência das instituições da diáspora em relação a pátria-mãe” .

Segundo Panossian “o fato de que não exista uma organização global que unifique os diferentes elementos da diáspora garantisse a supervivência do conjunto” . Já que a unidade implica a centralização, igualdade e controle exercido por um ou dos centros”. A centralização “seria uma dinâmica negativa para a diáspora que, por definição, é plural, como resultado das identidades e realidades locais”.

O caso armênio demonstra que “é fundamental para a supervivência no tempo” o respeito às realidades locais; e que “uma diáspora descentralizada significa que quando uma parte estiver em perigo, ou uma organização estiver em declínio outras partes ou organizações poderão sobreviver de forma independente”. Poderia acontecer, como já aconteceu, que algumas organizações entrassem em decadência e desapareçam, mas a diáspora como conjunto se mantenha viva, “ se é possível mudar o centro de um lugar a outro é justamente porque essa descentralização o permite”.

Outra característica positiva da diáspora armênia, a diferença de outras que desapareceram, é que “ os partidos da diáspora e suas organizações satélite, a grande maioria das instituições e os centros da diáspora, seus meios de comunicação, etc. São independentes da República de Arménia. Isso é fundamental para vida política da diáspora e para autonomia política das duas partes, da Armênia e da diáspora: “ A diversidade de opinião é saudável tanto para a diáspora como para a pátria-mãe”.

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