No dia 7 de dezembro de 1988, um tremor de 7,2 na escala Richter atingiu a Armênia, na época parte da República Soviética. O epicentro do sismo foi a cidade de Gyumri (na época chamada de Leninakan), na região de Spitak, norte do país. O tremor foi sentido às 11h41, horário local.
Estimativas dizem que mais de 50 mil pessoas perderam a vida debaixo dos escombros deixados pelo terremoto.
O sismo chegou até a província de Kars, na vizinha Turquia, onde cerca de mil pessoas perderam suas moradia na zona agrária e cerca de 4 pessoas morreram.
Um novo terremoto atingiu a região quatro minutos depois do primeiro, alcançando 5,8 graus na escala Richter. Praticamente todas as construções desabaram num raio de 50 quilômetros do sismo. O atendimento aos feridos foi um dos grandes desafios porque 80% dos profissionais de saúde da região morreram durante a queda dos edifícios.
Além dos mortos, o abalo sísmico deixou 15 mil feridos e 500 mil desabrigados. Os 40 quilômetros de linha férrea que atendia a cidade foram destruídos. A tragédia poderia ter sido pior se o sismo chegasse com força à Yerevan, já que nos arredores da capital havia uma usina nuclear – que, por sorte, não sofreu abalos.
Outras repúblicas, como Bielorrússia e Ucrânia, enviaram medicamentos e o governo central resolveu colocar seus melhores médicos e cirurgiões à disposição dos sobreviventes de Leninakan. Cidadãos de muitas repúblicas socialistas se disponibilizaram a receber crianças órfãs e os moradores de Yerevan formaram enormes filas nos centros médicos locais para doar sangue.
Mesmo com a ajuda recebida, a Armênia não conseguiu ainda se recuperar totalmente do episódio. As condições ainda são difíceis para muitos sobreviventes da tragédia e seus familiares. Muitos continuam vivendo em alojamentos improvisados e precários, com estruturas simples feitas de madeira e metal.