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Em um momento em que o mundo discute o movimento migratório internacional, o Brasil conta com o reforço de um imigrante armênio para disputar o Mundial de Luta Olímpica, que começa na última segunda-feira, dia 07, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Eduard Soghomonyan não tem nenhum vínculo sanguíneo com cidadãos brasileiros e chegou ao Brasil em busca de uma vida melhor do que a que tinha na Armênia.
Eduard começou o Mundial vencendo o compatriota armênio Edgar Khachatryan por 4 a 2. No combate seguinte, Murata Ramonov, do Quirguistão, superou o lutador que defende o Brasil por 6 a 1. Ramonov perdeu nas quartas de final e acabou impedindo Eduard de seguir na repescagem.
Quinto lugar no Mundial Júnior de 2010, Eduard trabalhou como uma espécie de acompanhante da delegação brasileira que participou, em 2011, dos Jogos Pan-Armênios, evento que reúne as comunidades armênias espalhadas pelo mundo. Ficou amigo dos brasileiros e acabou acolhido pela família de um deles em São Paulo, em janeiro de 2012.
Leia mais sobre a história de Soghomonyan com a delegação brasileira dos jogos Pan-Armênios 2011
Eduard está em processo final de naturalização brasileira, o que contribuiu para que a United World Wrestling (UWW) liberasse o atleta para representar o País neste Mundial. Lutador do estilo greco-romano, categoria até 130 quilos, o armênio espera poder retribuir a acolhida. “Se Deus quiser, vou pegar medalha. No mínimo, o quinto lugar, que eu já consegui em 2010, e conseguir vaga pra Olimpíada. Eu vou fazer tudo que eu puder. Tô treinando duro pra isso.”
A Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA) garante que não interferiu a favor de Soghomonyam na obtenção do passaporte, ainda que tenha acolhido o lutador, diversas vezes convocado para treinar com a seleção. O armênio ocupa o espaço que seria do garoto Ramilo Paz, de 20 anos, campeão pan-americano júnior de 2012 e principal revelação da luta brasileira.
O Brasil disputa o Mundial com 17 atletas. Os seis primeiros de cada categoria de peso do programa olímpico garantem vaga para os Jogos do Rio. O País tem direito a quatro convites, por ser sede, e pode utilizá-los como bem entender.
No mundial do ano passado, o Brasil obteve sua primeira e única medalha com Aline Ferreira, prata nos 75kg. Ela estará novamente na disputa, mas as maiores esperanças de medalha do Brasil são com Joice Silva, que conquistou o inédito ouro para a modalidade no Pan de Toronto. As mulheres estrearam nesta quarta-feira, dia 10.