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MMA: Aline Bak entrevista Edmond Tarverdyan, o treinador armênio de Ronda Rousey

A idealizadora do site Olhar do fã no MMA, Aline Bak entrevistou com exclusividade Edmond Tarverdyan, treinador da campeã peso galo do UFC, Ronda Rousey.

Nesta entrevista Tarverdyan fala sobre a luta histórica de Ronda contra Miesha, as vaias da torcida e sobre a preparação de Ronda para o combate do próximo sábado (22/02) contra Sara McMann e, é claro, sobre a influência armênia no estilo da lutadora.

Confira:


Edmond, nos fale sobre a performance de Ronda nessa revanche histórica contra Miesha
Nessa última luta Ronda foi ótima. Ela é perfeccionista e comentou que não gostou muito da sua atuação, pois sempre finaliza no primeiro round. Contra Miesha tivemos outros rounds. Mas foi bom para mostrar ao mundo que ela pode lutar 3, 4 rounds. Ronda fez um bom jogo de boxe de pé contra Miesha  além de ter aplicado boas quedas e no terceiro round finalizou com o arm-lock. Fiquei muito feliz com a atuação de Ronda.

Ela procura sempre o arm-lock e nessa última luta não foi diferente, fale sobre isso.
A Ronda faz tudo ótimo, mostrou que tem um boxe afiado, mas você está certa. Ela sempre  tenta procurar arm-lock e isso tornou o meu trabalho mais fácil pois ela venceu. As pessoas não entendem que ela consegue buscar essa finalização em posições diferentes, não apenas na mesma.

O que achou da influência do judô nessa última luta entre Ronda e Miesha?
Foi a melhor atuação de mulheres que eu já testemunhei no octógono. Apesar de ter sofrido um knockdown vimos que mesmo sentindo esse golpe, ela continuou se movimentando e aplicando aquelas quedas maravilhosas. Fiquei feliz com a atuação dela.

O que achou das vaias para Ronda no final da luta?
As pessoas não entendem que a Ronda Rousey  é uma ótima pessoa. Começaram a julgá-la pelo TUF. Muitos participantes do TUF continuam treinando conosco em nossa academia com ela. Ronda está dando oportunidade a eles. No show,  enquanto Miesha ficava encenando em frente às câmeras, dando beijos aqui e ali, Ronda estava ali de verdade. Não fizemos encenações no programa e sim, estivemos lá para ajudar os participantes a serem melhores atletas.

A Ronda não se acha melhor do que ninguém. Ela sempre respeitou todas as atletas com quem lutou. A própria Liz Carmouche, que já lutou contra Ronda, fez questão de ir na casa do TUF e treinar nossa equipe.  Miesha não entendeu o que era o programa. As pessoas não entendem e julgam a Ronda, mas eu também não gosto da Miesha. Então deixa esse assunto pra lá.

Como se sente sendo parte da vida de Ronda e ver de perto a conquista dela ao ser a primeira mulher no UFC?
É ótimo. Eu amo treinar os atletas desde o primeiro dia que chegam na minha academia até virarem profissionais. A Ronda, desde que veio em nossa academia, sempre treinou pesado no seu 100%.  Ela é uma lutadora verdadeira. Respeita todos os professores e alunos da academia. Fico impressionado com a seriedade dela nos treinos. Eu sabia que ela iria vencer, muito mesmo antes dela entrar no UFC. Eu pensava que o UFC tinha que olhar por ela, ela merecia ir para o UFC, pois ela conseguia ser melhor que muitos homens. Algumas pessoas me falavam: “ Você é estúpido, mulheres não podem lutar e eu respondia: “ Vocês não entendem, eu treino essa garota e ela tem uma ótima resposta, consegue vencer homens e mulheres na academia. Um dia vocês verão com os seus olhos do que ela é capaz”.  Foi quando aconteceu. O  UFC chamou a Ronda e fizeram uma ótima decisão ao darem a ela uma oportunidade. Estou muito feliz por tudo isso.

Fale sobre o que representa a influência armênia para seus atletas?
A Ronda é muito intensa, está no sangue dela. Em nossa cultura armênia nós amamos lutar, temos ótimos lutadores em várias divisões. Não pressiono muito a Ronda com isso, mas sinto que ela é um pouco armênia pois quando converso com ela percebo isso. Ronda é inteligente, forte e faz coisas boas na vida dela. Eu tento ensinar a todos meus alunos na academia para fazerem coisas certas na vida não apenas serem ótimos lutadores, mas também boas pessoas. Isso é o ponto número 1 do aprendizado deles e para a Ronda isso também serve. A Ronda é uma pessoa muito intensa e às vezes, quando estou no córner dela, falo calmamente. Não preciso nem gritar (risos) ela já me entende e se acalma.

Fale sobre o camp da Ronda para a luta desse sábado contra Sara Mcmann
O camp da Ronda está indo muito bem. Ela está se sentindo muito melhor nessa preparação do que na sua última luta, pois ela ainda rodou o filme durante uma parte do camp passado.

Dois camps seguidos, como ela está fisicamente e psicologicamente falando
Nós sempre trabalhamos no psicológico e ela está muito concentrada. Está 100% fisicamente e psicologicamente falando.

O que pensa sobre o jogo de Sara e sobre a luta?
A Sara Mcmann é uma boa lutadora. Medalhista olímpica e está mantendo sua invencibilidade. Nós respeitamos muito isso. Mas Ronda é uma lutadora especial e mostrará ainda mais o seu brilho contra uma oponente forte como Sara. Nós amamos lutar e esperamos que Sara esteja pronta pois nós a estudamos e sabemos exatamente como vencê-la. Tanto no wrestling quanto na trocação Ronda saberá manter o combate.

Como a Ronda viu essa nova categoria feminina no UFC vindo através do TUF que será rodado em breve
Ela adorou a idéia dessas novas atletas entrarem no TUF nessa categoria nova. Isso é ótimo para o esporte. Eu pessoalmente também gostei muito da decisão.

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Aline Baktchejian Djehdian é colunista/repórter armênia do Brasil. Ela é idealizadora do site “O olhar do Fã no MMA”, onde produz matérias, textos e entrevistas com lutadores. Aline é colaboradora do Portal Estação Armênia e também desenvolve um trabalho na mídia internacional, o “The MMA Corner”. 

Escreve ocasionalmente para a Revista Tatame e o site Primeiro Round, além de ser a Responsável pelos posts de lutas para a Fan Page da Academia Needs, em Moema (SP), local de treino dos atletas Daniel Sarafian e Demian Maia.

Você pode acompanhar mais do trabalho da Aline nos links abaixo:

www.facebook.com.br/alinebakmma
www.themmacorner.com
E no twitter: @alinebak

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