Com informações de Em.com.br e OlharGlobal
“Considero que esta onda de deportação sob os Ittihatçi (Jovens Turcos) foi absolutamente um erro. O que fizeram foi um erro e um ato desumano”, declarou aos jornalistas de seu país que o acompanhavam na viagem.
Desde então Davutoglu se tornou o foco das atenções na Armênia. Especula-se desde um período de novas relações com a Turquia até uma possível artimanha turca para ganhar a confiança armênia. Fato é que em 2005, o escritor Orhan Pamuk, que ganharia o Nobel de Literatura no ano seguinte, foi processado por afirmar que “Um milhão de armênios foram mortos nestas terras”. Parte das acusações foi retirada quando Pamuk foi agraciado pela Academia Sueca. Há dois anos, o processo foi reaberto, e o escritor, absolvido.
O chefe da diplomacia turca participou em Yerevan de uma reunião da Organização de Cooperação Econômica do Mar Negro (OCEMN), em sua primeira visita à Armênia desde o fracasso em 2009 dos esforços de normalização entre os dois países.
“Em nenhum caso aprovamos as deportações” de armênios, ressaltou na quinta-feira Davutoglu, que pediu à Armênia que dê mostras de flexibilidade política para avançar no caminho da reconciliação. Ao fim de um encontro bilateral com seu colega armênio Eduard Nalbandian, Davutoglu defendeu publicamente uma reconciliação entre os dois países com base em uma memória justa.
Turquia e Armênia assinaram em 2009 acordos de reconciliação, mas sua tentativa de aproximação, apoiada pelos Estados Unidos, fracassou em seis meses. As partes se acusaram mutuamente de tentativa de reescrever os textos e de impor novas condições. Nenhum dos dois parlamentos ratificou os acordos.
Embora a surpresa de ver uma autoridade turca falando sobre deportações armênias e não sendo “enforcada em praça pública”, a palavra Genocídio ainda figura bem longe do vocabulário turco, basta lembrar que há vários anos o governo americano tem evitado a “palavra G” nos eventos rememorativos de 24 de Abril por causa do lobby turco no país. Davutoglu foi formalmente convidado a visitar o monumento em memória aos mártires do Genocídio, o Tsitsernakaberd, mas negou o pedido.