Em um extenso artigo a Revista Veja (clique aqui para ler) dessa semana analisa a situação geopolítica da Turquia Moderna e apresenta uma entrevista longa com o Presidente turco Abdullah Gul. Em um determinado momento da entrevista Abdullah Gul afirma que alguns países colocam obstáculos a adesão da Turquia a União Europeia. De forma superficial e irresponsável, omitindo quais são os tais obstáculos, a entrevista continua sem que a Revista Veja mencione, ao menos, exemplos e os motivos dessas barreiras a entrada da Turquia no bloco europeu.
Certamente a sociedade turca ainda tem um longo caminho a percorrer para se aproximar minimamente de algo parecido com a democracia. Além da opressão às mulheres especialmente no interior do país e de um sistema judiciário-prisional totalmente ineficiente a Turquia tem pendências graves com temas que envolvem direitos humanos, entre eles: a opressão aos curdos, a tentativa de intervencionismo militar em território do Chipre e o desrespeito a minorias religiosas.
Com certeza a matéria da VEJA omite essas barreiras uma vez que a principal está ligada ao reconhecimento do genocídio armênio.
A fim de auxiliar o jornalista Carlos Graieb no exercício de sua profissão listamos abaixo algumas das barreiras que dificultam a adesão da Turquia a U.E. Acreditamos assim que o profissional não cometera mais uma omissão grave como essa.
– O Parlamento Europeu em decisão histórica considera condição fundamental o reconhecimento do genocídio armênio por parte da Turquia para que ela possa ingressar no rol das nações democráticas que trilham o caminho da unidade na Europa.
– A França reconhece o genocídio e considera crime negar a tragédia que se abateu sobre o povo armênio em 1915.
– Na Suiça a justiça já condenou por negacionismo Dogu Perincek, político turco que fez declarações racistas em território helvético. ( Lembremos que a Suiça não é signatária do Tratado de Maastrich, porém uma decisão como essa é profundamente importante).
– Dezenas de nações democráticas já reconhecem o crime de genocídio contra o povo armênio.
– Em 2010 a Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Representantes do EUA aprovou o uso do termo genocídio para os atos praticados contra o povo armênio em 1915.
– Semana passada o Presidente Nicolas Sarkozy em viagem a Armênia convocou a Turquia a reconhecer o genocídio armênio.
Fatos como esses deixam claro que o negacionismo turco é o responsável pela não adesão da Turquia a União Europeia. As lideranças do bloco europeu sabem que quem não assume seu passado não dá garantias quanto ao seu futuro.
E-MAIL PADRÃO PARA A REVISTA VEJA
Como cidadão brasileiro descendente de armênios apresento meu protesto pela omissão do genocídio armênio na reportagem do jornalista Carlos Graieb sobre a Turquia. Esse crime já foi reconhecido por dezenas de nações e órgãos internacionais de relevância e é uma da barreiras políticas que influencia gestores e a opinião pública europeia para a adesão da Turquia ao bloco europeu.
Assunto do e-mail : Matéria sobre a Turquia
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Convocamos todos a escreverem de forma compromissada e corajosa usando o texto padrão acima.
Nesse link a comemoração dos Armênios em frente ao Parlamento Europeu de Estrassburgo quando da adoção do reconhecimento do genocídio.