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Carta aberta do prof. Onnig em resposta a Mustafa Goektepe e Bayram Ozturk

Em meados do mês de julho o governo turco através do Ministério das Relações Exteriores lançou uma nova diretriz para que as representações diplomáticas turcas ao redor do mundo iniciassem uma nova relação com comunidades oriundas do Império Otomano como árabes, gregos, judeus e armênios. Esses grupos étnicos passaram a ser considerados pela nova nomenclatura turca como a sua diáspora.

Segundo o comunicado oficial da Chancelaria turca isso deveria ser feito com uma aproximação amistosa com essas comunidades e seus representantes.

No dia 21 de julho, o jornal Asbarez de Los Angeles, principal órgão impresso armênio da Costa Oeste dos EUA, publicou um importante artigo de Ara Katchadourian (leia aqui) alertando para essa nova política turca.

No dia 22 de julho, o Portal Estação Armênia publicou um artigo similar de Onnig Tamdjian (leia aqui) que, inclusive, cita o artigo do Asbarez, no qual o nosso colunista ventila a possibilidade de que um dia isso possa acontecer no Brasil.

Essa semana o Portal Estação Armênia recebeu um e-mail de representantes de jornais e órgãos turcos sediados em São Paulo convidando o Professor Onnig Tamdjian para uma conversa.

Segue abaixo o e-mail de convite:

Essa é a prova de que os turcos ao redor do mundo vão tentar se aproximar dos armênios mais uma vez.

A direção do Portal Estação Armênia convoca a comunidade a não aceitar qualquer diálogo com representantes turcos antes que o genocídio armênio seja reconhecido pelo Estado turco.

Segue abaixo a resposta pública do professor Onnig Tamdjian:

Senhores

A direção do Portal Estação Armênia me mostrou há pouco um e-mail enviado para a redação do Portal, no qual o Sr. Mustafa Goktepe e um Jornalista Bayram Ozturk, ambos representantes do Jornal Zaman, gostariam de me convidar para um chá para terem uma conversa comigo.

Antes de tudo, quero deixar claro que não tenho absolutamente nada para conversar com os senhores e, muito menos, tenho a intenção de estabelecer qualquer relação com pessoas que representem ou tenham alguma ligação com o estado turco que nega o genocídio armênio.

Aproveito a oportunidade para exorta-los a que o referido jornal, e os senhores por consequência, reconheçam imediatamente o genocídio armênio e assim se faça justiça ao crime que ceifou a vida de um milhão e quinhentos mil armênios inocentes, vítimas do genocídio de 1915.

Não me incluo em nenhum tipo de iniciativa de diálogo com os senhores ou representantes do estado turco negacionista.

Espero ter sido claro.

Sem mais

James Onnig Tamdjian

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