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Onnig comenta: Jornada de luta

Brasil, São Paulo, 24 de abril de 2012: – 13horas e 30 min:

Cerca de 60 jovens de origem armênia e simpatizantes da causa se dirigem ao consulado turco de São Paulo para protestar pelo massacre de Um milhão e quinhentos mil armênios inocentes em 1915. Esses mártires eram bisavós e tataravós dos manifestantes desse ato.

14 horas e 5 min – O grupo chega a praça em frente ao consulado turco . Ao ligar o megafone, pronunciar as primeiras palavras de ordem, distribuir panfletos e pendurar bandeiras e cartazes, tudo de forma mais que pacifica, dois funcionários do consulado aparecem nos visores de entrada e na janelinha do portão. Ao perceberem que se trata de uma manifestação armênia fogem para dentro do consulado batendo as portinholas dos visores e gritando palavras em turco.

14 horas e 22 min – Chega o primeiro carro de polícia com dois soldados que sequer se dirigem aos manifestantes uma vez que eles agiam de forma pacifica pronunciando suas palavras de ordem.

14 horas e 40 min – Os panfletos são entregues aos carros que paravam no semáforo há 30 metros da entrada do consulado turco. Os manifestantes intensificam o trabalho de informação aos transeuntes e automóveis que passavam pela região.

15 horas e 10 min – Ao serem comunicados que o grupo queria entregar uma carta ao Cônsul da Turquia, os policiais começam a ficar apreensivos e estabeleceram de forma aleatória e absurda que somente dois jovens pudessem se dirigir até a porta do consulado.

15 horas e 25 mim – Depois de alguma negociação, 5 jovens se posicionam em frente ao consulado e dois deles tocam a campainha. Durante 10 min os jovens armênios de São Paulo tentaram contato. De dentro do consulado somente o barulho distante de uma discussão acalorada, bater de portas e passos acelerados. Para se certificar que a carta fosse entregue os jovens a jogaram por baixo da porta da garagem.

15 horas e 30 min – Os policiais solicitam de forma intimidadora que a imprensa local pare de fotografar o consulado turco. As equipes não acatam tal pedido e continuam seu trabalho de documentação da manifestação.

15 horas e 45 min – Os gritos dos jovens armênios ficam ainda mais acalorados e chega a segunda viatura de polícia. De forma estranha os policiais sugerem que encerremos a manifestação livre e pacifica por causa do horário do rodízio de automóveis em São Paulo. Os jovens decidem continuar no local.

16 horas – Pelo megafone os manifestantes exigem o reconhecimento do genocídio praticado contra o povo armênio pelo governo turco. Sinalizadores coloridos são acesos pelos jovens e os policiais se movem pela calçada tentando proteger o consulado.

16 horas e 10 min – Os manifestantes se reúnem junto a enorme bandeira tricolor armênia estendida na praça. Juntos cantam o Mer Hayrenik (Nossa Pátria) Hino da República da Armênia.

16 horas e 20 min – Sem nenhum tipo de resposta dos funcionários do consulado turco de São Paulo tampouco do senhor cônsul para que recebessem pacificamente a carta de protesto, a carte é colocada debaixo da porta e os 50 manifestantes começam a desmontar a ocupação pacifica da praça em frente ao consulado.

16 horas e 30 min – Os manifestantes se retiram sem nenhum tipo de confusão.

Conclusão – Os funcionários do consulado turco e o cônsul turco são covardes. Tem medo dos armênios. Tem medo da verdade.

Voltaremos! Tenham certeza disso!

*James Onnig Tamdjian é colunista do Estação Armênia e suas opiniões não refletem necessariamente

Sobre o autor

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Professor de Geografia e Geopolítica. Fleumático, colérico, sanguíneo e melancólico.

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