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Membro da HOM ARPI (SP) em congresso de mulheres da ONU

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Evento conta com representante do Brasil e tem as desculpas expressadas por cidadãos turcos pelo genocídio como principal surpresa nos 5 dias de reuniões

A HOM – Hay Oknutian Myutiun está presente e é destaque no 59º congresso da Comissão do Status da Mulher (CSW na sigla em inglês) que ocorre na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York entre os dias 8 e 20 de março de 2015.

A agenda da CSW59 foi muito especial para os armênios este ano, pois a HOM organizou uma exposição única sobre bordado e artesanato da mulher armênia, de forma a dar maior exposição à causa armênia no ano do Centenário do Genocídio Armênio, além da participação da HOM nas diversas reuniões que trataram da erradicação da violência contra meninas e mulheres, do empoderamento feminino e da igualdade entre gêneros.

Ungeruhi Lucy Pamboukdjian e a editora do Armenian Weekly Nanore Barsoumian

Ungeruhi Lucy Pamboukdjian e a editora do Armenian Weekly Nanore Barsoumian

Os eventos com a participação da HOM tiveram a participação da Ungeruhi Lucy Pamboukdjian, membro da HOM ARPI de São Paulo e representante da América do Sul no Comitê Executivo da HOM na ONU. O trabalho do Comitê é permanente e tem como objetivo trazer para a agenda da ONU o empoderamento da mulher armênia, a agenda das causas humanitárias com a população armênia residente na Armenia e na diáspora e para dar maior exposição à busca internacional pelo reconhecimento, pelo governo turco, do genocídio armênio de 1915.

A Ungeruhi Lucy esteve pela primeira vez no evento da ONU e conta com entusiasmo e emoção as diversas reuniões e oportunidades nas quais a HOM esteve presente durante a CSW59 e como a causa armênia foi evidenciada:

– 5 de março, inauguração da exposição “Stitching to Survive: Handwork of Armenian Women”

Exposta no lobby principal do encontro da CSW59, a exposição foi inaugurada com a presença de mais de 250 pessoas, em uma noite de temperatura adversa sob forte nevasca e -2ºC em Nova York. Ungueruis de diversas filiais da HOM – Toronto, Argentina, Filadelfia, Los Angeles, Boston e Florida, entre outros, prestigiaram a exposição, que teve massiva doação de participantes da diáspora, inclusive do Brasil, para fazer frente aos custos da exposição. O Embaixador da Armenia nos EUA e Representante da Missão Permanente da Armenia na ONU, Sr. Zohrab Mnatsakanyan, e a presidente da HOM Mundial, Vicky Marachlian, discursaram no evento, que contou com a presença da Dra. Eleni Theocharous, representante do Chipre no Parlamento Europeu, e outras autoridades e representantes de delegações internacionais.

– 6 de março, Conferência “ Reconstruindo uma Nação:  O Centenário de Resistencia e Empoderamento da Mulher Armenia”

O evento realizado no auditório do Exercito da Salvação em NY contou com a presença de mais de 150 pessoas e as apresentações da Dra. Eleni Theocharous, pediatra e médica em diversas missões humanitárias, e representante do Chipre no Parlamento Europeu e ativista da causa armênia. Em sua emocionada exposição de forte cunho de ataque à Turquia e de defesa da causa armênia, a Dra Teocharous mencionou as mais de 30 ocasiões em que esteve na Armenia de feridos, como em 1988 por ocasião do terremoto de Sbidak e medicando e tratando de pacientes na região de Nagorno-Kharabakh, e garantiu que enquanto ela “estiver no Parlamento Europeu, a Turquia não será aceita na União Europeia”.

A historiadora Dra. Isabelle Kaprielian-Churchill apresentou sua pesquisa mundial sobre o bordado armênio sob 3 oticas: como garantia da sobrevivência de meninas armênias em orfanatos pós genocídio para que não fossem tomadas por familias curdas ou turcas,  como forma de remuneração econômica de famílias e de mulheres e como elemento de transação internacional, uma vez que as peças bordadas pelas meninas armênias eram transacionadas do Oriente para o Ocidente como commodities de grande valor pecuniário.

Apresentações da fotografa Scout Tufankdjian, que lança em abril um livro de fotos sobre a diáspora armênia em 23 países, inclusive no Brasil; da escritora Marian Mesrobian MacCurdy, que acaba de lançar o livro “Sacred Justice” sobre a operação Nemesis de oficiais armênios que emboscaram oficiais turcos em 1920; e do cineasta Bared Maronian, que esteve no Brasil em 2014 para apresentar seu filme “Orphans of The Genocide” e que atualmente prepara um filme sobre “Mulheres de 1915” foram igualmente emocionantes. A sequencia de perguntas e respostas da audiência foi repleta de agradecimentos à HOM por permitir a revelação de pesquisas tão valiosas sobre o papel do bordado na construção das famílias armênias e na definição da profissão de meninas armênias e regada pela emoção de sermos todos netos e bisnetos dessas mulheres guerreiras.

– 7 de março, Visita ao Museu dos Imigrantes em Ellis Island

A Ung. Lucy se juntou ao grupo de ungeruhis que vieram de Toronto especialmente para visitar a exposição e participar dos eventos dos dias 6 e 7 de março em NY na visita à Ilha Ellis, famoso local de desembarque de todos os navios que trouxeram imigrantes até 1950. Com destaque para a chegada de famílias armênias, em diversas oportunidades a Delegação de Ungeruhiners se emocionou ao ver fotos e postagens sobre a chegada das famílias de imigrantes armênios desde o final dos anos 1880.

– 7 de março, Jantar em Rememoração ao Centenário do Genocídio em New Jersey

A Comunidade armênia de NY e New Jersey organizou uma noite cultural para rememorar o centenário do genocídio, com a presença do Bispo da igreja apostólica armênia em NY, do Embaixador da Armenia nos EUA e discursos da presidente e da vice presidente da HOM. Reforçando o papel da HOM na manutenção da cultura armênia e em seu papel social de ajudar crianças e famílias carentes pelo mundo, houve um clamor para a ajuda humanitária para as famílias armênias na Siria, vitimas da guerra civil no país que já dura mais de três anos e tem o governo turco financiando a aniquilação de vilas e bairros populados há décadas por famílias armênias que escaparam do genocídio de 1915.  Musica, poesias, hinos e fotos armênias marcaram a parte artística dessa maravilhosa confraternização entre amigos e familiares.

– 8 de março. Consultation Day da CSW

No evento que teve a Ungeruhi Houry Guedeunekian, coordenadora das atividades da HOM na ONU como mestre de cerimonias, diversos palestrantes estiveram no famoso Apollo Theatre, no Harlem, discutindo as principais conquistas femininas desde a assinatura do Protocolo em Favor do Empoderamento Feminino em 1995 em Beijing. Educação para mais mulheres, mais direitos profissionais e erradicação de violência feminina foram as grandes conquistas destacadas pelas maiores feministas da história, como a Sra. Gertrude “Mama” Mongella, chefe da 4ª Conferencia da Mulher de 1995 m Beijing e primeira mulher a atuar como Secretaria Geral Assistente da ONU. Jovens de diversas regiões destacaram o papel das novas gerações em repudiar, divulgar e lutar contra a violência contra mulheres e meninas no mundo, especialmente em países da Africa e na India.

– 9 de março. Workshop “Mulheres e Diáspora: Do Passado ao Pós 2015”

Dentro da agenda oficial da CSW59, um seminário sobre o papel da mulher na diáspora de várias nacionalidades foi o foco da discussão que teve como destaque a diáspora armênia. A jornalista armênia Nanore Barsoumian moderou o painel de discussão com apresentações da Juiza Harriet Pavles George, do Emabixador do Chipre na ONU – Sr. Nicholas Emiliou e do Embaixador da Armenia na ONU, além da apresentação de resultados de pesquisas de estudiosos como Jim Macpherson, Semhar Araia e Sarah Gammage (UN Women), e da Ungeruhi Nora Simonian.

O momento mais emocionante foi após o fim do debate, quando duas senhoras turcas, que estiveram presentes durante todo o evento, se aproximaram de duas Ungeruhis da HOM. Em uma conversa chocante, de não mais de 30 segundos, as ungeruhis ouviram atônitas 5 vezes as palavras “We are sorry” das senhoras turcas se desculpando por terem sido culpados pelos armênios nos EUA hoje serem a diáspora. Elas mencionaram a vergonha que sentem pelo genocídio, disseram que lamentam o governo não reconhece-lo e reiteraram que a maioria do povo turco sente muita dor pelo que seu governo fez aos armênios no início do século XX.

 Veja o vídeo do Workshop “Mulheres e Diáspora: Do Passado ao Pós 2015”:

– 10 de março, seminário “Midias Sociais, Tecnologia e Ativismo além de 2015”

Em co-organização com a International Alliance of Women, o evento contou com jornalistas, editoras de redes sociais e cineastas comentando o papel das mídias em defesa da divulgação de crimes cibernéticos e violência contra as mulheres. Diversas jovens armênias, ativistas em redes sociais em favor do genocídio e de Organizações Não Governamentais em favor da causa armênia estiveram presentes.

Os eventos ainda seguem. Amanhã, 11 de março, a HOM participa dos eventos da CSW59 e do disputadissimo encontro do Banco Mundial, no qual a HOM pretende discutir com participantes sobre como conseguir financiamento para projetos humanitários em favor da causa armênia. A Exposição na ONU continua até o dia 14 de março e estima-se que já tenha sido visitada por mais de 10 mil presentes, massivamente “odar” presentes na CSW59.

 

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