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E-mails revelam conluio entre o Governo turco e o alto magistrado francês

Documentos publicados recentemente pela revista Nouvelles d’Armenie revelam um conluio entre um membro do Conselho Constitucional francês e ex-ministro das Relações Exteriores turco, no momento em que o mais alto órgão judicial na França estava discutindo a lei que criminaliza a negação do genocídio armênio.

Em dezembro de 2011, ambas as casas do parlamento francês aprovaram uma resolução que criminalizava a negação do genocídio armênio na França. Logo em seguida o projeto de lei foi encaminhado para o Conselho Constitucional francês, mais alta instância judicial do país, que considerou a medida inconstitucional. A criminalização da negação do genocídio foi apoiado pelo então presidente Nicolas Sarkozy, assim como o atual presidente francês, François Hollande, que na época estava disputando a presidência. Na mais recente edição da Nouvelle d’Armenie um artigo intitulado “Conselho Constitucional: As ligações perigosas de Hubert Haenel,” revela um e-mail e comunicações entre Haenel, um ex-senador francês e em 2010 nomeado para o Conselho Constitucional , com um ex-ministro das Relações Exteriores turco que virou lobista chamado Yasar Yakis, em que este último expressa seu contentamento que a resolução para criminalização do Genocídio estava agora na mesa de Haenel, que teria força e influência para derrubar a medida, que havia sido apresentada pelo senadora francesa Valerie Boyer.

A troca de informações e correspondências entre o membro do tribunal, que também é membro de um grupo pró-turco conhecido como Instituto de Bósforo, e o funcionário turco estavam disponíveis na internet em grupos de discussão. A primeira das trocas de mensagens ocorreu em 1 de Fevereiro de 2012, quando Yakis escreve para Haenel: “Meu querido amigo […] eu não poderia deixar de compartilhar minha alegria com nossos grandes amigos da Turquia. Eu acho que essa maré virou e o caso está agora em suas boas mãos. ” Mais tarde, naquele mesmo dia, Haenel responde a Yakis: “Como você, eu compartilho desse alívio. Temos 30 dias para decidir, a sorte foi lançada. “

As comunicações de e-mail mais flagrantes aconteceram em 28 de fevereiro de 2012, quando Haenel escreve para Yakis dizendo: “A decisão do Conselho Constitucional será público hoje as 05:00. Você ficará satisfeito”, ao que Yakis reponde: “Como é você que está me dizendo, eu não acho que eu vou ficar desapontado”. A CCAF Exige renúncia de Haenel. O Conselho Coordenador de Organizações Armênias da França (CCAF) emitiu um comunicado condenando a troca de mensagens e pedindo a renúncia de Haenel por sua própria incapacidade de agir dentro dos parâmetros da Constituição francesa. “Esta correspondência revela uma cumplicidade que faz fronteira com o conluio entre o alto funcionário da República e do representante de um Estado estrangeiro sobre a ‘lei Boyer,” a legislação aprovada pela Assembleia Nacional e no Senado e invalidados pelo Conselho Constitucional”, assinala a declaração do CCAF.

A CCAF também pediu que as autoridades da França abram uma investigação sobre o assunto e pediram a renúncia de Haenel da Corte Constitucional.

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